O Coração de Jesus pulsa de amor no humano ventre de Maria ao se fazer carne e habitar no meio de nós. Pulsou de amor quando crescia em estatura e graça diante de Deus e dos homens. Pulsou de amor quando se perdeu de seus pais e, tomado por um zelo que O consumia, aninhou-se no templo e tratou de cuidar das coisas de Seu Pai (cf. Lc 2, 49). Pulsou de amor quando sentiu compaixão das multidões que O cercavam (cf. Mc 8, 2), quando deu vista aos cegos, quando curou os enfermos e devolveu a vida aos mortos. O Coração de Jesus pulsou de amor e admiração quando viu a grande fé daquele soldado romano, cujas palavras são repetidas todos os dias na Santa Missa: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo.” (cf. Mt 8, 8).
O Coração de Jesus pulsou de amor e de santa ira, quando expulsou os cambistas e vendilhões do templo, ordenando que não fizessem da casa de Seu Pai uma casa de comércio (cf. Mt 21, 13). Pulsou de amor e de alegria, quando instituiu o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, deixando a Si mesmo como alimento para todos os que O haviam de seguir, até o fim dos tempos. Pulsou de amor, de tristeza e de temor, quando rezou no Horto das Oliveiras, implorando misericórdia e suando gotas de sangue pela humanidade pecadora (cf. Mt 26, 38; Mc  14, 33) . Pulsou disparadamente quando Se entregou na Cruz,  palpitando “mais pela força do amor do que pela violência dos algozes”. O Coração de Jesus pulsou de amor e misericórdia quando acolheu no Céu o bom ladrão (cf. Lc 23, 43) e perdoou os Seus carrascos do crime que cometeram: “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem!” (cf. Lc 23, 34).
O Coração de Jesus pulsou de amor quando entregou Maria Santíssima aos cuidados de Seu discípulo amado, designando-a Mãe de toda a Igreja, nossa mãe (cf. Jo 19, 25-27). Plasmando a Sua Igreja, por amor, cumpre sua promessa irrevogável: “Esta é a aliança que farei com a casa de Israel, colocarei a minha lei no seu coração, vou gravá-la em seu coração; serei o Deus deles, e eles, o meu povo” (Jr 31, 33).
Poderíamos perguntar: quando o Coração de Jesus não pulsou de amor? Por todas essas pulsações do Sagrado Coração de Jesus, que também nós vivamos a nossa vida como um completo e constante ato de amor a Ele. Peçamos-Lhe a graça de imitar o Seu manso e humilde coração (cf. Mt 11, 29) e que, assim como o Seu, também os nossos se convertam em uma “fornalha ardente de caridade”.
Nós somos e queremos ser vossos e, a fim de podermos viver mais intimamente unidos a Vós, consagramo-nos neste dia ao vosso Santíssimo Coração. Amém!
Fontes: Catecismo da Igreja Católica e texto de Padre Paulo Ricardo.