No início da infância de nosso segundo filho foi diagnosticado um transtorno no sistema imunológico dele, que causou uma enfermidade conhecida como a “doença crônica da infância”. O sistema imunológico é um reflexo da sabedoria divina em nosso corpo. É um sistema guerreiro que vive em estado de prontidão, para defender o organismo quando ele é atacado por vírus e bactérias. Quando o sistema imunológico está saudável, ele consegue reconhecer o inimigo e o combate. Esta é a principal função dele.
O nosso espírito, assim como nosso corpo, é também capacitado para o reconhecimento dos inimigos. Temos como que um sensor que é capaz, com o auxílio da graça, identificar quais são as situações que colocam em risco a vida da alma.
Existe uma ideologia por aí que propõe aos cristãos a ausência de inimigos. Que eles devem ser bonzinhos e amigos de todos. Que devem acolher diferentes estilos de vida. Isto é fantasia. A Sagrada Escritura, do Gênesis ao Apocalipse falam dos inimigos de nossa fé. A inimizade irreconciliável estabelecida entre os descendentes da Virgem Maria e os descendentes do mal (Gn 3, 15), é uma inimizade perpétua.
Jesus mesmo não negou que temos inimigos. Ele nos pede para amá-los, que significa pedir pela conversão e salvação deles (Mt 5,44). Pedir pela conversão não é o mesmo que fazer aliança com o inimigo. Se o exército de defesa do sistema imunológico resolvesse fazer aliança, apertar a mão dos vírus e das bactérias, acolhendo eles e dizendo: “ Sejam bem vindos camaradas, agora vocês são nossos amigos!” … o que aconteceria conosco?
Cuidamos com quem fazemos alianças. Quantos pais e mães perdem a paz na família, por “apertarem a mão”, por se associarem com pessoas que zombam da fé católica. “O Senhor se lembra sempre da aliança reza o salmista” (Sl 104, 8).
Deus Pai, tu nos concedestes a graça de sermos descendentes da Virgem Maria. Somos do exército dela. Ajuda-nos a sermos fiéis a aliança de amor que fizemos Contigo, através do Batismo.
Cleonice M. Kamer