A tradição natalícia mais bonita é a reprodução do cenário onde Jesus Cristo nasceu: uma manjedoura, animais, pastores, os três reis magos, Maria, José e o Menino Jesus. A palavra ‘presépio’ vem do hebraico e significa manjedoura, estábulo. Existem representações e pinturas de presépios muito antigas, mas quem impulsionou o costume de montar presépios foi São Francisco de Assis, que tinha o desejo de experimentar de modo concreto, vivo e atual a humilde grandeza do acontecimento do nascimento do Menino Jesus e de comunicar a sua alegria a todos.
BOI e JUMENTO: Jesus nasce numa gruta onde os animais são alimentados e sua mãe Maria o envolve em faixas. São dois sinais: na manjedoura o fato de que Jesus se faz alimento para nós e nas faixas o sudário que o envolverá na morte. Então, os homens são como o boi e o jumento? Isso mesmo! Nos mais antigos presépios, se pintava esses animais com traços quase humanos, pois eles, de fato, representam os homens. Em Isaías, cap. 1, 3, vê-se: “O boi conhece o seu dono, e o jumento a manjedoura de seu senhor, mas Israel é incapaz de conhecer, meu povo não pode entender.” Os animais irracionais são capazes de conhecer a presença de Deus, mas o homem, marcado pela soberba, não. No boi e no jumento também se vê os dois povos – os judeus e os gregos – que deveriam reconhecer a presença do salvador que estava diante deles. Lemos no livro do profeta Habacuc (3, 2): «No meio de dois seres vivos (…) tu serás conhecido, quando vier o tempo, tu aparecerás». Na presença desses animais se pode ver a continuidade do Antigo no Novo Testamento.
ANJO: O anjo anuncia uma boa notícia: “Glória no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”. Anjos, ou seja, mensageiros, surgem nos céus para confirmar o nascimento do Filho de Deus.
ESTRELA: Simboliza a luz de Deus que guia ao encontro do Salvador e orientou os Reis Magos onde estava Jesus. É a indicação do caminho que se deve percorrer para encontrar o Menino Jesus.
OS TRÊS REIS MAGOS: Belchior, Gaspar e Baltazar eram homens da ciência. Conheciam astronomia, medicina e matemática. Eles representam a ciência que vai até o Salvador e o reconhece como Deus. Segundo São João Paulo II, “a verdadeira ciência nos leva à fé”, pois nos revela a grandeza da criação.
PASTORES: Depois de Maria e José, os pastores foram os primeiros a saberem do nascimento do Salvador. Os pastores pertencem ao povo de Israel, primeiros a quem foi enviado o Salvador, e, na manjedoura, encontram o Bom Pastor, aquele que dá a sua vida pelas suas ovelhas.
OURO, INCENSO E MIRRA: São os presentes que os magos oferecem ao Menino Jesus. O ouro significa a realeza; era um presente dados aos reis. O incenso significa a divindade, um presente dado aos sacerdotes. Sua fumaça simboliza as orações que sobem ao céu. Dando este presente a Jesus, os magos reconhecem que o Menino é divino. E a mirra simboliza o sofrimento e a eternidade. É um presente profético: anuncia que Jesus vai sofrer, mas também que seu reinado será eterno.
A SAGRADA FAMÍLIA: A Sagrada Família é o centro do presépio. José é o pai adotivo de Jesus, que lhe deu um nome, um lar, que ensinou a Jesus uma profissão: a de carpinteiro. São José deu ao Menino Jesus a experiência de ser filho de um pai terreno. Maria é a Mãe do Menino Jesus, a escolhida para ser a mãe do Salvador. É aquela que disse ‘sim’ à vontade de Deus, e por ela a humanidade recebeu Jesus. O Menino Jesus é o Filho de Deus que Se fez homem, para dar sua vida pela humanidade. “Sendo ele de condição divina, não Se prevaleceu de Sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-Se aos homens” (Filipenses 2, 6-7). Ele se aniquilou para se tornar um de nós, para se fazer igual a nós e dar sua vida por nós. É por isso que o Natal tem que ser festejado e celebrado, pois, por causa dele, nós poderemos ter nossa morada no céu e chamar a Deus de “Pai”.