É dentro da comunhão-comunidade conjugal e familiar que o homem é chamado a viver o seu dom e dever de esposo e pai.
Na esposa ele vê o cumprimento do desígnio de Deus: “Não é conveniente que o homem esteja só; vou dar-lhe um auxiliar semelhante a ele” (Gn 2,18) e faz sua a exclamação de Adão, o primeiro esposo: “Esta é, realmente, osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2,23).
O amor conjugal autêntico supõe e exige que o homem tenha um profundo respeito pela igual dignidade da mulher: “Não és o senhor, mas o marido; não te foi dada como escrava, mas como mulher… Retribui-lhe as atenções tidas para contigo e sê-lhe agradecido pelo seu amor”. (Santo Ambrósio).
Com a esposa o homem deve viver “uma forma muito especial de amizade pessoal” (Enc. Humanae vitae, 9). O cristão, é, além disso, chamado a desenvolver uma atitude de amor novo, manifestando para com a sua esposa a caridade delicada e forte que Cristo nutre pela Igreja.
O amor à esposa
O amor à esposa tornada mãe e o amor aos filhos são para o homem o caminho natural para a compreensão e realização da paternidade. De modo especial onde as condições sociais e culturais constringem facilmente o pai a um certo desinteresse em relação à família ou de qualquer forma a uma menor presença na obra educativa, é necessário ser-se solícito para que se recupere socialmente a convicção de que o lugar e a tarefa do pai na e pela família são de importância única e insubstituível.
Sem superioridade abusiva
Como a experiência ensina, a ausência do pai provoca desequilíbrios psicológicos e morais e dificuldades notáveis nas relações familiares. O mesmo acontece também, em circunstâncias opostas, pela presença opressiva do pai, especialmente onde ainda se verifica o fenômeno do “machismo”, ou seja, da superioridade abusiva das prerrogativas masculinas que humilham a mulher e inibem o desenvolvimento de relações familiares sadias.
Em colaboração com a esposa
Revelando e revivendo na terra a mesma paternidade de Deus(Ef. 3, 15.), o homem é chamado a garantir o desenvolvimento unitário de todos os membros da família. Cumprirá tal dever mediante uma generosa responsabilidade pela vida concebida sob o coração da mãe e por um empenho educativo mais solícito e compartilhado com a esposa, por um trabalho que nunca desagregue a família mas a promova na sua constituição e estabilidade, por um testemunho de vida cristã adulta, que introduza mais eficazmente os filhos na experiência viva de Cristo e da Igreja.
Fonte: Parte da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Familiaris Consortio de São João Paulo II – CAPÍTULO 3 25, disponível em: vatican.va