O que João Batista conferia nas margens do Jordão era um batismo de penitência, referente à conversão e ao perdão dos pecados. Mas ele anunciava: «Depois de mim, vai chegar outro que é mais poderoso do que eu… Eu vos batizarei em água, mas Ele batizar-vos-á no Espírito Santo» (Mc. 1, 7-8).

O Batismo conferido por Jesus e que a Igreja, fiel ao seu mandamento, não cessa de administrar, liberta o homem do pecado original e perdoa os pecados, resgata-o da escravidão do mal e assinala o seu renascimento no Espírito Santo; comunica-lhe uma vida nova, que é participação na vida de Deus Pai, que nos foi doada pelo seu Filho Unigênito, o qual Se fez homem, morreu e ressuscitou.

No momento em que Jesus sai da água, o Espírito Santo desce sobre Ele em forma de pomba e, tendo-se aberto o céu, do alto ouve-se a voz do Pai: «Tu és o Meu Filho muito amado, em Ti pus toda a Minha complacência » (Mc. 1, 11). Por conseguinte, o acontecimento do batismo de Cristo não é apenas revelação da sua filiação divina, mas é, ao mesmo tempo, revelação de toda a Santíssima Trindade: o Pai — a voz do alto — revela em Jesus o Filho Unigênito que Lhe é consubstancial, e tudo isto se cumpre em virtude do Espírito Santo que, sob forma de pomba, desce sobre Cristo, o Consagrado do Senhor.