Faz alguns anos que no dia em que se inicia um novo ano civil celebramos o dia da Paz, quer dizer um dia destinado a criar na humanidade uma consciência, uma mentalidade, um coração de Paz.
O assunto reside no próprio questionamento: o que entendemos que é a Paz?
Para nós, discípulos de Jesus Cristo, Filho de Deus humanado, está claro: quando Jesus apareceu, após a sua Ressurreição, aos apóstolos, lhes disse: “A Paz esteja convosco” (Lc 24,36). A que tipo de paz Ele se referia? Ele mostrava que em sua paixão e morte de cruz nos havia reconciliado com o Pai do Céu, estávamos justificados e perdoados dos nossos pecados. A prova, o testemunho desta verdade reside no fato insólito de que Deus Pai o ressuscitou dos mortos reafirmando que este é Seu Filho muito amado “e todo aquele que nele crer terá a vida eterna”.
Modernamente está surgindo, e com uma grande força enganosa, uma paz que dista infinitamente da verdadeira. É a paz obtida segundo nossos sentimentos. Se me sinto bem realizando um ato, independente da ordem e disciplina exigida pelos mandamentos de Deus e da Igreja, esta paz é como que um anestésico dos infernos para que eu não me conscientize do meu pecado e, como consequência, não busque o arrependimento e o perdão tornando-me assim mais uma presa da morte eterna.
Não são os nossos sentimentos que devem produzir em nosso espírito a Paz, mas sim a vivência e as exigências da nossa Fé.
Peçamos a Nossa Senhora, Mãe de Deus, Theotokos, como dizem os cristãos ortodoxos, solenidade igualmente celebrada em primeiro de janeiro, que nos proteja e nos guie com sua poderosa intercessão no caminho da autêntica Paz que nos faz alcançar o Céu.
Maria francisca Crocoli Longhi
Fundadora Comunidade Oásis