Haverá um tempo onde não se terá mais tempo, foi o que nos ensinou Jesus na Parábola das dez virgens, quando nos mostrou que haverá um momento onde a porta será fechada, e só entrarão aqueles que forem prudentes.

Em cada etapa da vida da gente, somos chamados a dar uma resposta, temos um prazo para dar resposta – para cada situação que nos apresenta. Os pais de família sabem muito bem disso.

A pouco tempo, um médico pediatra brasileiro, após ter presenciado nos atendimentos clínicos, o estado emocional em que se encontra muitas crianças nos dias de hoje, escreveu um livro com o título: “A criança Terceirizada”. Neste livro o Dr José Martins Filho escreveu: “As mães das crianças que acompanho como pediatra, às quais procuro ajudar, tem demonstrado um desespero crescente, uma culpa sem limites, por se sentirem “puxadas” pelo mercado, pela necessidade de ganhar dinheiro, pelas atividades externas ao lar. Não lhes sobra tempo para exercer o papel materno fundamental. Estariam elas se dando conta disso? E o pai onde está? Porque corremos tanto atrás de conquistas materiais, sem perceber que o tempo vai passando, as crianças vão crescendo, e que este tempo nunca mais vai voltar? Quanto nos custa tudo isso? Aonde chegaremos?”.

São estas perguntas que nós famílias, que temos filhos pequenos somos chamados a responder, antes que a porta do tempo se feche diante de nós. E aqui entra a atualidade da Parábola das dez virgens, ou somos prudentes, ou imprudentes, na missão e condução dos nossos filhos. Uma das frases mais marcantes da Dr. Evelyn Billings, que também era médica pediatra, ao falar da realidade das crianças, ela dizia que o maior crime da sociedade moderna é deixar os filhos na creche. Pode ser até que a mãe até necessite, mas a criança não será isenta do sofrimento, por sentir-se desamparada na fase de sua vida que mais precisava.

Um fato é real, entre as mães que fizeram a opção de se dedicar integralmente à família, elas começaram em curto prazo de tempo, perceber os riscos que envolvem ao delegar os cuidados das crianças, tanto da saúde, quanto da educação, a terceiros ou ao Estado.

Haverá um tempo que não terá mais tempo! Que possamos nos posicionar a favor do amor.

Cleonice M. Kamer