Nos é conhecido o encontro do Ressuscitado com Saulo quando este se dirigia à cidade de Damasco com o intuito de acabar com os seguidores de Jesus (Atos 9, 1-19).

Os pormenores deste acontecimento nos lançam e nos revelam seu centro: Cristo Ressuscitado mostra-se como uma Luz maravilhosa e fala a Saulo, transforma seu pensamento e a sua própria vida. O esplendor do Ressuscitado torna-o cego e assim vê-se exteriormente o que era sua realidade interior, a sua cegueira em relação à Verdade, em relação à Luz de Cristo.

E depois o seu SIM definitivo a Cristo no Batismo: Ananias, discípulo de Jesus, entra na casa onde estava Saulo e, impondo-lhe as mãos, diz: “O Senhor, esse Jesus que te apareceu no caminho, enviou-me para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo” e Saulo recupera a vista, levanta-se e é batizado (Atos 9,17ss) volta a abrir seus olhos. O Batismo faz com que ele realmente veja.

Saulo foi transformado não por um pensamento, mas por um acontecimento, pela presença irresistível do Ressuscitado. Esta mudança de vida, esta transformação de todo o seu ser não foi fruto de um processo psicológico, de uma maturação ou evolução intelectual e moral, mas do encontro com o Ressuscitado.

Saulo não perdeu, naquele momento, o que havia de bom e verdadeiro em sua vida, na sua hereditariedade, mas compreendeu, de modo novo, a sabedoria, a verdade, a profundidade da Lei e dos profetas e delas se apropriou de modo novo.

Também para nós o cristianismo não é uma nova filosofia ou uma nova moral. Somos cristãos inicialmente se encontrarmos Cristo.

Só nesta relação pessoal com o Ressuscitado abre-se a nossa razão, abre-se à sabedoria de Cristo e à toda a riqueza da Verdade.

Rezemos ao Senhor para que nos ilumine, pois sua Luz está em nós desde o dia do nosso Batismo, e assim nos conceda uma fé viva, um coração aberto e uma grande caridade, capaz de renovar o mundo.

Maria Francisca Crocoli Longhi
Fundadora da Comunidade Oásis