“Tudo vem de vós e não oferecemos senão o que temos recebido de vossa mão” (1 Cro 29,14b)
É preciso que o consagrado compreenda o quanto é insuficiente; jamais poderíamos cumprir nossa missão se Deus não nos desse sua graça, dizia o Apóstolo Paulo: “é pela graça de Deus que sou o que sou” (1 Cor 15,10). Quando o consagrado reconhece e aceita a sua infinita pequenez, torna-se mais agradecido ao grande amor de Deus que chama e conduz a vocação até o fim. A Palavra do Senhor diz: “Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” (Rm 5,8). Por puríssima graça de Deus, o chamado tem uma força própria que impulsiona o vocacionado a corresponder a essa vocação. Deus nos quis, nos escolheu, nos separou; não porque merecemos, mas, porque Ele é bom.
“Dotada de uma alma ‘espiritual e imortal’ a pessoa humana é ‘a única criatura sobre a terra querida por Deus por si mesma’. Desde que é concebida, é destinada para a bem-aventurança eterna.” (CIC 1703).
Outra questão importante é que alguns consagrados sofrem a tentação de pensar que com o passar do tempo adquirem algumas vantagens e podem relaxar em sua vocação à santidade, e dizem consigo mesmo: o terreno já está conquistado eu posso abrir algumas concessões… Eis um grande engano e perigo, é preciso vigiar sempre, pois a natureza é decaída e o inimigo da vocação está sempre a espreita:
“O homem encontra-se, pois, dividido em si mesmo. E assim, toda a vida humana, quer singular quer coletiva, apresenta-se como uma luta, e quão dramática, entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas” (Gaudium et spes, 13).
Por fim, busquemos não esquecer: Tudo vem de Deus, temos dentro de nós uma força ainda desconhecida que nos impulsiona para Deus, para amá-lo e viver fielmente seu chamado. Cabe a nós corresponder a esta graça.