06 de Julho: Memória de Santa Maria Goretti

No ano de 1902 o mundo tomou conhecimento da trágica história de uma camponesa italiana de apenas onze anos de idade que foi brutalmente assassinada, enquanto defendia até o martírio a virtude da Castidade. Seu nome: Maria Goretti. E ela recebeu a honra dos altares para que se desperte em nossos corações o zelo pela pureza e o conhecimento do valor dessa virtude. Com seu testemunho, ela parece nos dizer que mais vale a pena sacrificar a própria vida do que perder a castidade. E a firmeza dessa pequena mártir não nasceu de um momento para outro, mas foi fruto de uma intensa vida espiritual.

São João Paulo II, ao celebrar a memória da santa menina, perguntava: “O que diz aos jovens de hoje esta jovem frágil, mas cristãmente madura, com a sua vida e, sobretudo, com a sua morte heroica? Maria Goretti nos recorda que a verdadeira felicidade exige coragem e espírito de sacrifício, rejeição de todo compromisso com o mal e disposição para pagar com a própria vida, mesmo com a morte, a fidelidade a Deus e aos seus Mandamentos. Como é atual esta mensagem! É preciso reafirmar com clareza que a pureza do coração e do corpo deve ser defendida, porque a castidade ‘guarda’ o amor autêntico.”

Vamos repetir essa frase: “a castidade guarda’o amor autêntico” – e quantos se enganam, pensando que castidade seja somente “não fazer sexo” ou um mero conjunto de “nãos”. A palavra Castidade vem do latim ‘Castus‘ e se traduz como puro. Castidade e pureza são sinônimos, significam o mesmo. Sobre a pureza, podemos dizer que a buscamos e a preferimos de forma geral. Por exemplo, quando se trata de beber água, procuramos beber água pura e não suja. O mesmo podemos dizer sobre o ar, os alimentos e etc. Naturalmente preferimos o que é puro e limpo.

Pois bem, a castidade é a virtude que purifica o amor humano. Sim, e isto significa que nem tudo o que se diz ser amor é verdadeiramente amor. Para amar é preciso dar de si mesmo, dar tudo de si ao outro, e… como poderíamos dar aquilo que não possuímos? Para darmos de nós mesmos é preciso domínio de si e a castidade é a aprendizagem do domínio de si, aprendizado da liberdade humana.

Fica claro: ou comandamos nossas paixões e alcançamos a paz, ou nos deixamos dominar por elas e tornamo-nos infelizes. Como seres humanos, temos a capacidade de usar nosso cérebro e tomar decisões não apenas baseadas em instintos (mesmo que nos digam o contrário). E não é por acaso que temos a vontade! – devemos usá-la para escolher o melhor e entender que há um tempo, um lugar e uma medida para tudo. É pela pureza na fala, no olhar, no toque e nos desejos, é por um verdadeiro treino cotidiano da vontade e uma constante disciplina interior, e, acima de tudo a oração, pela qual se recebe a graça de Deus, que seremos castos.

“O martírio de Santa Maria Goretti recorda que o ser humano não se realiza seguindo os impulsos do prazer, mas vivendo a própria vida no amor e na responsabilidade”, disse São João Paulo II. Que Santa Maria Goretti nos ajude a experimentar a beleza e a alegria da bem-aventurança evangélica: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”(Mt 5, 8).

Oração à Santa Maria Goretti:

Ó Santa Maria Goretti, que, reforçada pela graça de Deus, não hesitou em derramar teu sangue e o sacrifício da própria vida para defender a pureza virginal, olhai graciosamente sobre a infeliz humanidade, que se desvia, muito longe do caminho da eterna salvação. Ensina-nos a todos, e especialmente a juventude, com coragem e presteza que devemos fugir, por amor a Jesus, de tudo quanto possa ofendê-lo ou manchar as nossas almas com o pecado. Obtenha para nós, implorando a Nosso Senhor, vitória nas tentações, conforto nas tristezas da vida, e a graça que fervorosamente peço (diga a graça), e possamos desfrutar um dia da imperecível glória celeste. Amém.