O que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre a nossa redenção através do derramamento do Sangue de Cristo, o Sacrifício único e Definitivo?

“Isto é o meu corpo que é dado por vós” (Lc 22,19). “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,28).

Toda a vida de Cristo é mistério de redenção. A redenção nos vem pelo sangue da cruz. Mas este mistério está atuante em toda a vida de Cristo: já na sua Encarnação, pela qual, fazendo-Se pobre, nos enriquece com a sua pobreza; na vida oculta que, pela sua obediência , repara a nossa insubmissão; na palavra que purifica os seus ouvintes: nas curas e expulsões dos demónios, pelas quais «toma sobre Si as nossas enfermidades e carrega com as nossas doenças» (Mt 8, 17); na ressurreição, pela qual nos justifica.

Depois de ter aceitado dar-Lhe o baptismo como aos pecadores, João Baptista viu e mostrou em Jesus o «Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo». Manifestou deste modo que Jesus é, ao mesmo tempo, o Servo sofredor, que Se deixa levar ao matadouro sem abrir a boca, carregando os pecados das multidões, e o cordeiro pascal, símbolo da redenção de Israel na primeira Páscoa. Toda a vida de Cristo manifesta a sua missão: «servir e dar a vida como nosso resgate ».

Ao partilhar, no seu coração humano, o amor do Pai para com os homens, Jesus «amou-os até ao fim» (Jo 13, 1), «pois não há maior amor do que dar a vida por aqueles que se ama» (Jo 15, 13). Assim, no sofrimento e na morte, a sua humanidade tornou-se instrumento livre e perfeito do seu amor divino, que quer a salvação dos homens (470). Com efeito, Ele aceitou livremente a sua paixão e morte por amor do Pai e dos homens a quem o Pai quer salvar: «Ninguém Me tira a vida. Sou Eu que a dou espontaneamente» (Jo 10, 18). Daí, a liberdade soberana do Filho de Deus, quando Ele próprio vai ao encontro da morte.

A morte de Cristo é, ao mesmo tempo, o sacrifício pascal que realiza a redenção definitiva dos homens por meio do «Cordeiro que tira o pecado do mundo» (486), e o sacrifício da Nova Aliança , que restabelece a comunhão entre o homem e Deus, reconciliando-o com Ele pelo «sangue derramado pela multidão, para a remissão dos pecados» .Este sacrifício de Cristo é único. O Pai que entrega o seu Filho para nos reconciliar consigo . Ao mesmo tempo, é oblação do Filho de Deus feito homem, que livremente e por amor oferece a sua vida ao Pai pelo Espírito Santo para reparar a nossa desobediência.

A Igreja nasceu principalmente do dom total de Cristo pela nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na cruz. «Tal começo e crescimento da Igreja exprimem-nos o sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado» Porque «foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o sacramento admirável de toda a Igreja». Assim como Eva foi formada do costado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração trespassado de Cristo, morto na cruz .

Eis o mistério da nossa fé ! Ele na carne, verdadeira comida, se dá a nós. Em seu sangue verdadeiramente bebida é causa da nossa salvação!

Neste mês de julho , contemplemos o  Preciosíssimo Sangue de Cristo, e entremos debaixo do sangue e água que jorram de seu coração transpassado na cruz , e enchemo-nos de verdadeira conversão.

Fonte: Catecismo da Igreja Católica parágrafos: 517,608,609,613,766