A Igreja Católica está se preparando para receber mais um novo santo. No dia 13 de outubro, será elevado a honra dos altares, o Cardeal John Henry Newman. O Cardeal Newman, era sacerdote anglicano, que se converteu ao catolicismo.
O Cardeal Newman passou por três etapas de conversões que foram marcantes, que segundo o Papa Bento XVI, são etapas de um caminho espiritual que interessa a todos nós.
A conversão dele se iniciou quando ele transcendeu o pensamento da média dos homens do seu tempo. Newman não excluía a existência de Deus, mas considerava como algo incerto, pois para ele o “real”, a “realidade”, era aquilo que se podia tocar, eram as coisas que podiam calcular e pegar nas mãos. Na sua conversão, Newman reconheceu precisamente que as coisas estão ao contrário: Deus e a alma, o próprio ser do homem a nível espiritual constituem aquilo que é verdadeiramente real, aquilo que conta. São muito mais reais que os objetos palpáveis. Como disse o Papa Bento XVI: “Onde se dá uma tal conversão, não é simplesmente um teoria que é mudada; muda a forma fundamental da vida. De tal conversão todos nós temos incessante necessidade: então estaremos no reto caminho.”
Será que nós já passamos por este processo de conversão? De ver como “real” o que se refere a Deus e ao mundo espiritual; e ver como secundário aquilo que é material?
Encontramos a resposta, quando vemos aonde colocamos a nossa segurança: se é no sistema de Deus, ou, no sistema do mundo.
Quando vemos o estado do mundo que nos rodeia, somos tentados a acreditar que Deus não intervém na nossa realidade. As vezes nos parece muito difícil proclamar com o coração, a parte da oração do Creio, quando rezamos: “Creio em Deus Pai Todo Poderoso”, quando vemos ao mesmo tempo, o avanço da maldade. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica: há um mistério da aparente impotência de Deus. “A fé em Deus Pai Todo Poderoso, pode ser posto a prova pela experiência do mal e do sofrimento. Por Vezes, Deus pode parecer ausente e incapaz de impedir o mal (CIC 268).
A realidade, no entanto é bem outra, Deus age no silencio dos corações. Sua potencia Divina continua se manifestando entre nós, principalmente através da Eucaristia e da intervenção maternal de Nossa Senhora. Então é em “vão que conspiram as nações”, como diz a Palavra no Salmo 2. Nós que somos católicos, temos selados em nossos corações, a promessa do Triunfo do Imaculado Coração de Maria. Esta promessa que tem fortalecido os católicos, conduzindo ao caminho certo os errantes, também manifestando a glória e a força de Deus Pai Todo Poderoso.
Cleonice M. Kamer