Por muitos anos ensinei o Método de Ovulação Billings, principalmente para de algum modo auxiliar os casais a saírem do submundo da contracepção e da esterilização cirúrgica. Sempre me comoveu o fato de as pílulas anticoncepcionais serem abortivas, enquanto a mulher faz o uso delas. O fato de também de testemunhar tantos casais que foram prejudicados por causa da laqueadura e da vasectomia, me animava em ensinar o Método Billings, para que os casais mais novos não fossem alcançados pela esterilização cirúrgica.
Fazendo memória dos anos que me empenhei a ensinar o Método Billings para os casais, por conhecer a grande maioria deles, percebi que o Método em mais de 90% dos casais que ensinei, esta sendo usado para não ter bebês.
No princípio quando o casal aprende o Método, eles até se encantam com o dom da fecundidade, abrem-se para mais um filho, depois, na sua maioria, daqueles que acompanhei, acabaram usando do conhecimento sobre a fecundidade, para não ter filhos. São muitos os casais que chegam com a expectativa de aprender o Método perguntando se dá certo. Quando são questionados o que significa para eles dar certo o Método, a resposta é : “ se usando o Método é garantido que não vai engravidar”.
No livro de Genesis, relata que Deus colocou Querubins armados, para guardar á árvore da vida (Gn 3, 24). É Deus que é o Senhor da vida. É Ele que dá e que tira a vida. E como Deus mesmo falou ao profeta Isaías, dizendo: “Eu que dou a fecundidade, o fecharia? (Is 66,9). Pelo que, com tanta facilidade os casais estão se fechando para a fecundidade? Usando de tudo quanto é tipo de método, para não doar a vida? Será que os casais modernos não confiam que nosso Deus é Onipotente, Onipresente e Onisciente? Que Ele sabe o que é melhor para cada matrimônio?
Se olharmos para os detalhes da história humana, nas últimas 50 décadas, que coincidem com o declínio do nascimento dos filhos, vemos com clareza, a medida que o casal humano recusou a dar seus frutos, que são os filhos, a natureza da criação recusou também oferecer seus frutos naturais. Como mães, sabemos que quase a totalidade dos frutos e legumes que compramos nos mercados, foram artificializados pelos agrotóxicos e mudanças genéticas.
Quando a Igreja Católica orientou os casais sobre o valor da fecundidade conjugal, através do Papa Paulo VI, foi revelada a primazia da vida abundante. A Humanae vitae priorizou a família numerosa, como paternidade responsável (HV 10), depois ela esclareceu que por motivos “graves” o casal pode recorrer ao espaçamento da gestação. A palavra grave no dicionário quer dizer aquilo que pode ter conseqüências trágicas.
O que vemos ao nosso redor é que as famílias que vivem a verdadeira abertura para a vida, estão devolvendo ao mundo a verdadeira ordem e o frescor da esperança.
Cleonice M. Kamer