A festa da Anunciação do Anjo à Virgem Maria é comemorada dia 25 de março desde o século V e representa exatamente nove meses antes do nascimento de Jesus, em 25 de dezembro.
A maior de todas as honras é concedida a Maria Santíssima. O Anjo diz: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo”. (v. 31-32) “No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão. Uma vez que “só Deus pode perdoar os pecados” (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, “salvará seu povo dos pecados” (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens”, explica o Catecismo. ( 430)
Só a partir do momento em que a Virgem respondeu ao anjo: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38), é que o Verbo eterno do Pai começou a sua existência humana no tempo. O início da existência terrena do Filho de Deus está marcado por um duplo ‘sim’ à vontade salvífica do Pai: o de Cristo e o de Maria. É esta obediência a Deus que abre as portas do mundo à verdade, à salvação.
De fato, Deus criou-nos como fruto do seu amor infinito; por isso viver segundo a sua vontade é o caminho para encontrar a nossa verdadeira identidade, a verdade do nosso ser, enquanto que o distanciamento de Deus nos afasta de nós mesmos e precipita-nos no vazio. A obediência na fé é a verdadeira liberdade, a autêntica redenção, que permite unirmo-nos ao amor de Jesus no seu esforço por Se conformar com a vontade do Pai. A redenção é sempre esse processo de levar a vontade humana à plena comunhão com a vontade divina. (Bento XVI).
“Bem-aventurada aquela que acreditou” (Lc 1, 45). Como disse Santo Agostinho, Maria, antes de conceber Cristo fisicamente no seu ventre, concebeu-O pela fé no seu coração; Maria acreditou e realizou-se n’Ela aquilo em que acreditava (cf. Sermão 215, 4: PL 38, 1074). Peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé, que a torne ativa e fecunda no amor. Peçamos-Lhe que sejamos capazes de acolher, como Ela, em nosso coração a Palavra de Deus e pô-la em prática com docilidade e constância.
Com a Páscoa já próxima, decidamo-nos, sem medos, nem tardemos mais , a seguir Jesus no seu caminho para a cruz. Aceitemos pela fé as contrariedades ou aflições de nossa vida humana, nossa missão e vocação, convencidos de que Ele, com a sua ressurreição, venceu o poder do mal, que tudo obscurece, e fez amanhecer um mundo novo, dentro do homem realiza-se conhecimento de Deus, através de Seu Filho. Ele nos dá verdadeira liberdade de filhos de Deus.
Nosso Jejum, renúncias do prazer do ter e do poder, sejam cheias da força do Espírito para que andemos cheios do Espírito Santo , como nos diz São Paulo, não mais no egoísmo das paixões desregradas. Nossas ações, pensamentos e decisões , nosso afeto, e nossas intenções sejam como o ventre de Maria que acolhe a Salvação, a Palavra que em nós também quer se fazer carne, verdadeiros discípulos de Cristo. Amém!
