Muitas vezes, ao recomendar às pessoas que rezem, percebo um espanto, como se estivesse sugerindo algo ultrapassado, sem fundamento ou mesmo uma perda de tempo.
Tenho certeza que isto acontece por falta de conhecimento bem como a falta de experimento da beleza e da fecundidade da oração.
A oração é definida como um diálogo com Deus. Se verdadeiramente existe este diálogo o que nos faltará?
Jesus realizou, como ninguém, muitíssimas obras, porem todas elas, inclusive a obra da redenção e salvação pela cruz, foram precedidas pela oração: O estar amorosamente com o seu Pai.
Falamos num diálogo e não num monólogo cheio de pedidos, queixas, exigências, cobranças e outras tantas situações que nem é bom mencionar.
Em toda oração deve existir a parte de Deus e a parte que será a minha colaboração para que seja efetivado este encontro, tenha ele a motivação que for.
Na verdade queremos ou esperamos que Deus haja como num espetáculo de mágico que tira da sua cartola e de imediato, tantos apetrechos. Porem não é assim que acontece em nossa fé cristã. O querer de Deus, para cada um é levar-nos à maturidade do Amor e isto somente se torna possível com a participação de ambos: Deus e eu. É como uma estrada de mão dupla: vai e vem.
Suponhamos que você necessite de um favor, como é que você se dirige àquele que certamente te prestará o favor? Os primeiros momentos do encontro são de “afeto” para em seguida expor a necessidade. Assim, e muito melhor, deve ser com Deus. Expressar com simplicidade, transparência e afetuosidade tudo o que trazemos e sentimos no coração (o que, aliás, não é desconhecido a Ele) e nesta intimidade Ele nos dará a sua sabedoria que é divina, muito diferente da ínfima e poluída “sabedoria humana” a qual nos prendemos tanto.
Podemos enumerar alguns:
-Senhor, estou doente. Que caminho devo seguir?
-Senhor, meu casamento está ruindo ensina-me como devo agir.
-Senhor, meu pai, minha mãe… estão velhos, orienta-me no como fazer.
-Senhor ajuda-me a perseverar numa intimidade constante contigo para que minha vida não passe como uma tempestade de areia, mas sim como uma chuva de sementes de amor. Ensina-me a rezar com profundidade.
Maria Francisca Crocoli Longhi
Fundadora da Comunidade Oásis.