Apesar das insistentes profecias acerca da vinda de um Messias libertador e salvador que alimentaram a esperança do Povo de Deus durante muitos séculos, nada fazia prever que fosse tão longe o mistério de uma virgem que viria a ser mãe, pela encarnação do Verbo. A partir desse grande dia, a vida de uma mulher anônima muda para que possa mudar o futuro de uma humanidade inteira. A mais bela história começa em Nazaré da Galileia, onde Maria dá o seu sim confiante no momento da anunciação, em Belém da Judeia, onde Maria dá à luz Aquele que ilumina todo o homem; em Caná, Maria intercede para que antecipe a sua hora. Na cruz, vive e nos ensina a viver com Ele e morrer com Ele, e recebe a maternidade dos filhos de Deus, é Nossa Mãe! No cenáculo de Jerusalém, Maria, discípula de Cristo e no poder do Espírito Santo, se torna Mãe sempre presente de toda a Igreja. Com Maria, a Igreja reza, canta, espera, ama e adora o Deus Criador, o Filho Redentor e o Espírito Santificador.

Com Maria, discípula, os cristãos sentem-se amparados e encorajados para seguir o único Senhor. Ao longo destes dois mil anos, numa tradição ininterrupta, o Povo de Deus não cessou de reconhecer em Maria, a Mãe de Jesus Cristo e a sua própria Mãe. Ela não acompanhou somente os passos de Jesus, mas esteve presente em todos os momentos da vida dos cristãos. Quantos não devem a sua fé, a sua esperança e a sua caridade à intercessão materna de Maria, implorada entre cantos de alegria ou entre lágrimas de sofrimento e dor!

Bento XVI nos diz: O século XX já foi chamado o século do martírio por uns, o século do secularismo e do ateísmo por outros, mas pode também justamente ser chamado o século de Nossa Senhora. A partir das aparições de Fátima, em 1917, irrompe um novo acontecimento, sinal da graça e da misericórdia de Deus que, por meio de Maria, guarda e protege o mundo. Foram grandes as tragédias do martírio de judeus, cristãos e muitos outros povos crentes; foram grandes as ameaças de guerra, destruição e morte que penderam sobre a Igreja e sobre o mundo, mas Maria não permitiu que fôssemos aniquilados.

Este século XXI também tem nos aterrorizado, como uma legião em batalha contra os filhos de Deus, arrancando-nos a fé em Cristo Jesus e sua autêntica doutrina e fundamentos da dignidade humana.

João Paulo II, o “bispo vestido de branco”, levou o mundo a compreender a atitude de Nossa Senhora, sempre atenta e a velar pelos seus filhos. Ele mesmo foi atingido enquanto cabeça do corpo visível da Igreja e afirmou ter sido salvo pela mão amorosa de Maria. Ela está conosco, a Imaculada Virgem Maria, nossa Mãe, terror dos infernos, sede da sabedoria. Invoquemos sua presença, sua intercessão admirável. Ainda neste momento, como em todos os demais, nosso socorro e amparo és tu Maria!