Há muitos anos escutei uma pregadora dizer que precisávamos estar e ser evangelizados até o inconsciente. Em outras palavras, que a salvação de Jesus chegasse até os porões mais profundos de nossa alma, tocando nossas feridas para serem curadas e libertas.
Sem entender a profundidade daquele desafio, senti-me atraída por ele e pedi ao Senhor que me concedesse esta graça.
Hoje entendo se não o todo, pelo menos em parte do significado deste “evangelizar até o inconsciente”. “Eu te consolei para que tu saibas consolar os que se encontram nas mesmas situações”, diz o Senhor.
Se não levarmos o Evangelho com o fogo do Amor por Aquele que cicatrizou nossas feridas, mágoas, revoltas e etc., os corações não serão incendiados.
É imprescindível testemunhar que as nossas chagas fétidas e mortas, revestidas pelo sangue de Jesus Cristo, hoje tem vida, história e ressurreição.
O desejo de anunciar o Evangelho nasce de um coração enamorado de Jesus e a missão é o desdobramento deste Amor.
Muitas vezes, temos a tentação de calar-nos ou, pelo menos, limitarmos o anúncio da palavra pelas inúmeras rejeições e dificuldades, porém a ordem é clara: “Ide e anunciai”.
Essa ordem não nos responsabiliza diante do não acolhimento ou de qualquer resposta dada pelo ouvinte.
A pregação não pode estar sustentada pela boa arte da comunicação ou da retórica, ela é eficaz quando o coração e a vida daquele que anuncia está transbordante do Espírito Santo e encontra ouvidos de boa vontade para acolhê-la.
Jesus encantava… Quando os guardas, enviados pelos príncipes dos sacerdotes e fariseus que lhes perguntaram: “Porque não o trouxestes?”, responderam “jamais homem algum falou como este homem…”, Os fariseus replicaram: “Porventura também vós fostes seduzidos?” (cf Jo 7,44-47).
Onde estava o segredo de Jesus? Em seu coração de Filho íntimo e apaixonado pela palavra do Pai.
Este também deve ser nosso único segredo para evangelizar: intimidade com Deus através da oração e santidade no cumprimento da Palavra.
Maria Francisca Crocoli Longhi
Fundadora Comunidade Oásis