O Espírito Santo é quem forma o consagrado pela força do chamado de Deus. Sede, portanto, dócil ao Espírito Santo, não somente na formação inicial, mas principalmente na formação permanente que inicia depois da consagração e que tem como objetivo levar a pessoa a sentir e viver como o Filho de Deus ensinou.
O ser humano não é somente um corpo, também não é só alma, o homem é um ser BIO-PSICO-ESPIRITUAL, ou seja, biológico, psicológico e espiritual. Como um todo, cada uma dessas áreas, necessita ser evangelizada e estar sob os cuidados de Deus.
Um consagrado não pode ser inconsciente, a consciência da verdade sobre si é um processo lento e exigente. Como diz a Palavra de Deus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). É preciso buscar o conhecimento de si, observar e compreender o sentido dos acontecimentos da nossa vida e buscar a amizade com Deus.
Uma forma, entre muitas, de acelerar o processo do autoconhecimento é através da observação das reações.
As reações diante das novidades: “sabe o que aconteceu?”
Existem novidades que deveriam agradar, do tipo: “um passeio improvisado”, “uma visita que chega de surpresa”, “um presente inesperado”, etc.
Para algumas pessoas toda novidade inesperada e imprevista causam emoções negativas. Especialmente para quem vive em comunidade, onde a cada dia surgem situações novas, esta fragilidade se torna um problema. O que fazer?
Faça memória do passado
Retome em sua história pessoal as experiências negativas que envolveram o inesperado. Alguém que acordou recebendo uma má notícia na infância pode carregar esta emoção dentro de si uma vida toda e transferir a emoção para todas as outras situações que envolvem o imprevisto.
Quem está próximo de Jesus está próximo da “Sede da Sabedoria”, o Senhor pode revelar o que feriu o nosso coração. Basta pedir a Ele, insistir e esperar a resposta que cedo ou tarde virá. Quando Jesus nos responder, deu-se início ao processo de cura.
Também é muito importante nossa resposta diante da revelação de Deus. Por exemplo: Jesus revela que o motivo de minha rejeição ao imprevisto é uma má notícia recebida na infância, quando estava na escola, durante a aula, onde nem imaginava que poderia estar acontecendo algo ruim com meu pai. Deus revelou a raiz do mal; eu devo colaborar para que esta raiz seja arrancada. Como?
Recordando tudo o que aconteceu, perdoando os culpados daquele acontecimento, acolhendo o momento doloroso, entregando-o para Jesus que pode atualizar o fato; e finalmente experimentar a certeza: “Ele esteve comigo”.
Esse processo de cura é lento, doloroso, pois a situação é revivida e dói novamente, porém, provoca uma libertação extraordinária e uma mudança radical nas reações negativas.
O mesmo processo pode ser aplicado nas reações de contrariedade: mudanças de escalas, de apostolado, de formador, de missão… As vezes uma simples mudança na decoração de uma sala provoca uma “erupção” interior. Por quê? É preciso descobrir e não negar e encobrir.