O “sim” de Maria foi um sim humilde que trouxe Jesus para dar um novo destino para cada homem pecador. A encarnação do Verbo, que habitou entre os homens e que agora, neste tempo, toma a humanidade pela mão para retirá-la deste vale de lágrimas. E o sacerdote, pelo ministério que lhe é conferido, também gera Jesus, na Eucaristia.
«Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer» (Lc 22, 15): com estas palavras Jesus inaugurou a celebração do seu último banquete e da instituição da sagrada Eucaristia. Jesus foi ao encontro daquela hora, desejando-a. No seu íntimo, esperou aquele momento em que haveria de dar-Se aos seus sob as espécies do pão e do vinho. Esperou aquele momento que deveria ser, de algum modo, as verdadeiras núpcias messiânicas: a transformação dos dons desta terra e o fazer-Se um só com os seus, para os transformar e inaugurar assim a transformação do mundo.
No desejo de Jesus, podemos reconhecer o desejo do próprio Deus: o seu amor pelos homens e pela sua criação. Jesus deseja-nos, aguarda-nos. E nós, temos verdadeiramente desejo d’Ele? Sentimos, no nosso interior, o impulso para O encontrar? Ansiamos pela sua proximidade, por nos tornarmos um só com Ele, dom este que Ele nos concede na sagrada Eucaristia? Ou, pelo contrário, sentimo-nos indiferentes, distraídos, inundados por outras coisas?
Jesus conhece a realidade dos lugares que ficam vazios, a resposta negativa, o desinteresse por Ele e pela sua proximidade. Jesus sabia também de convidados que viriam sim, mas sem estar vestidos de modo nupcial: sem alegria pela sua proximidade, fazendo-o somente por costume e com uma orientação bem diversa na sua vida. São Gregório Magno, numa das suas homilias, perguntava-se: Que gênero de pessoas são aquelas que vêm sem hábito nupcial? Em que consiste este hábito e como se pode adquiri-lo? Eis a sua resposta: Aqueles que foram chamados e vêm, de alguma maneira têm fé. É a fé que lhes abre a porta; mas falta-lhes o hábito nupcial do amor. Quem não vive a fé como amor, não está preparado para as núpcias e é expulso. A comunhão eucarística exige a fé, mas a fé exige o amor; caso contrário, está morta, inclusive como fé.
Fonte: parte do texto em: https://comshalom.org/santa-ceia-chamado-de-fe-e-de-amor/