O carisma do fundador está presente no fundador, por excelência e em cada um dos membros da Nova Fundação desde antes de ser formado no ventre materno, desde o momento que foi sonhado por Deus no seio Trinitário, está escrito: “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia” (Jr 1,5). Deus criou, cuidou, dirigiu cada um de nós para que um dia pudéssemos encontrar; reconhecer e viver a graça de pertencer a um carisma, esta graça é indizível, incomparável, extraordinária. “antes do teu nascimento eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações”(Jr 1,5).
Especialmente em momentos de provação, tentação ou discernimento vocacional é importante levar em conta: não existiríamos se não fossemos deste carisma; é em vista do carisma, para o carisma e pelo carisma, que Deus criou cada membro de uma Nova Fundação. Deus fez o homem para a Igreja.  “A Igreja é a finalidade de todas as coisas… o mundo foi criado em vista da Igreja, diziam os cristãos dos primeiros tempos. Deus criou o mundo em vista da comunhão com sua vida divina, comunhão esta que se realiza pela “convocação” dos homens em Cristo, e esta “convocação” é a Igreja” (CIC 760). O carisma, a Nova Fundação cada vocacionado é Igreja e pertence à Igreja.
A maneira pela qual cada um encontra seu carisma e seu lugar na Igreja é um mistério, é o próprio Deus que conduz, atrai, direciona cada um para seu lugar. Quem sabe ser dócil, humilde e obediente poderá usufruir desta grande riqueza. Através da história pessoal do fundador, de sua humanidade, palavras, ensinamentos discernimentos e atitudes, cada vocacionado tem a oportunidade de compreender, perseguir e descobrir que pertence àquele carisma e o que deve fazer para vivê-lo bem. Não basta vivar na comunidade de Vida ou ser Aliança, é preciso ser da comunidade, o nome do carisma torna-se o nome próprio do vocacionado, por exemplo: ‘se eu não fosse Oásis eu não existiria’. As pessoas portadoras do mesmo carisma tornam-se parecidos no jeito de ser, agir e exercer os dons, ou seja, tomam o jeito próprio do carisma do qual são portadores. O dom do carisma é concreto e se manifesta naqueles que possuem aquela vocação.
Vale ainda dizer da grande responsabilidade dos fundadores. É imperioso que o fundador de uma Nova Fundação seja digno guardião da grande graça do carisma particular daquela obra de Deus, neles está em primazia o dom do Carisma de Fundação; o descuido, o desleixo, o pecado, os desvios da vontade de Deus e da missão própria do carisma tornar-se-ão condenação para o próprio fundador e para muitas outras pessoas. Ser fundador é uma grande responsabilidade, o fundador é o primeiro que deve morrer para si, para o eu egoísta e dar-se por inteiro e por primeiro sem reservas.
Próximo Post: Carisma do Fundador II