Quando um engenheiro se debruça diante do projeto de uma construção, avalia e prepara toda a diversidade de materiais necessários, a fim de ter um bom êxito em seu trabalho.

Falamos não de qualquer construção, por mais espetacular que seja, mas sim, daquela que ultrapassa a todos os projetos, porque se trata de uma construção eterna.

“Irmãos, já não sois mais estrangeiros, nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. É nele que toda construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. E vós também sois integrados (como pedras vivas) nessa construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito Santo.” (Ef 2,19-22)

Este belíssimo texto nos fala da vocação à qual cada um é particularmente chamado a viver durante nossa estada na terra.

Antes de sermos tecidos no ventre de nossa mãe, lá, no ventre Trinitário, fomos amorosamente elaborados com capricho e com específicos detalhes para exercer a função pré-fixada pelo Criador na construção do seu Reino aqui na terra.

Nesta decisão benevolente de Deus para cada um dos seres humanos se encontram as graças necessárias para a salvação, para produzir muitos frutos e para superação de todas as dificuldades neste “vale de lágrimas”, ou seja: “Se queres me seguir, toma tua cruz e caminha comigo”.

Em minha adolescência, escutei muitas vezes que aquele que não se esforça para descobrir e permanecer em sua vocação dificilmente encontrará a sua salvação. Com o passar dos anos, e constatando a leviandade e a incoerência com que se desfaz os compromissos com Deus e se joga fora a vocação (o chamado) recebido, compreendi profundamente que sem o cumprimento da vocação recebida, está traçada uma vida de autossuficiência e autonomia, que independe da graça de Deus, o que dificulta ao extremo o alcance da salvação eterna.

Os três estados de vocação mais habitual são:

Sacerdócio
Vida consagrada através de uma fundação, um carisma
Matrimônio.

Tendo sempre em mente que todo batizado é chamado à santidade. Mas, como chegar a este desafio sem estar no caminho que Deus preparou para alcançá-lo?

Não é cada um e de forma pessoal que irá escolher onde e como será colocado na construção do templo santo de Deus, mas sim, com humildade e generosa aceitação, manter-se onde o Pai nos constituiu para ser e estar.

Peçamos a Nossa Senhora que venha em nosso auxílio para que com Ela também digamos nosso ‘Fiat’.

Maria Francisca Crocoli Longhi
Fundadora da Comunidade Oásis