O que é o Advento?
A palavra “Advento”, que significa vinda, chegada, designa o tempo litúrgico que antecede o Natal. É tempo de preparar a vinda do Senhor. São quatro semanas em que como Igreja esperamos o Senhor Jesus que vem.
Dom Henrique Soares, bispo da Diocese de Palmares (PE) ensina que o Advento, na liturgia atual, é dividido em duas partes bem distintas:
A primeira é formada pelos dois primeiros domingos e, continuando os últimos domingos do Tempo Comum, colocam a ênfase no Cristo que vem no final dos tempos. A Vinda de Jesus no Natal, deve recordar que é preciso tomar posição diante do Cristo: ele virá e nele o mundo está julgado!
A segunda parte é a Semana Santa do Natal (dias 17 a 24 de dezembro). É um período de riquíssima espiritualidade e intensos sentimentos: é preparação imediata para o Santo Natal.
Estai preparados!
Vivendo esses primeiros dias do Advento e escutando o chamado à vigilância e à oração, ouçamos o que nos diz São Clemente de Alexandria:
No sono, temos de estar preparados para acordar facilmente. Com efeito, diz a Escritura: “Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. Sede semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, ao voltar do seu noivado, a fim de lhe abrirem a porta assim que ele chegar e bater” (Lc 12,35-36). Porque um homem adormecido serve para o mesmo que um morto. É por isso que devemos levantar-nos frequentemente durante a noite para bendizer a Deus.
Felizes aqueles que velam por Ele, pois se tornam semelhantes aos anjos a que chamamos “veladores”. Um homem adormecido vale o mesmo que um homem sem vida. Mas o que tem a luz está acordado, e as trevas não têm poder sobre ele, nem as trevas nem o sono. Está, pois, acordado para Deus, aquele que foi iluminado, e esse vive, porque “nele estava a vida” (Jo 1,4). “Feliz o homem que me ouve e que vela todos os dias à entrada da minha porta”, diz a Sabedoria, “e que é assíduo no umbral da minha casa” (Pr 8,34).
“Não durmamos, pois, como os outros, mas vigiemos e sejamos sóbrios”, como diz a Escritura. “Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite”, ou seja, na obscuridade da ignorância. “Mas nós, que somos filhos do dia, sejamos sóbrios” (1Ts 5,6-8). “Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Nós não somos filhos da noite nem das trevas” (1Ts 5,5).