Na primeira quinzena do mês de março, na cidade de Balneário Camboriú em Santa Catarina, 2 crianças de apenas 3 anos de idade, fugiram da creche . Foi muito noticiada sobre essa fuga das crianças, e o foco das notícias se fixaram apenas no que diz respeito a falta de segurança da creche. O que não foi noticiado, é o que levou esses dois pequenos meninos a fugirem em disparada da creche, para voltarem para suas casas. A psicologia infantil entende quando uma criança se decide pela fuga de determinado lugar ou situação, é pelo fato de ela não se sentir amparada e segura onde se encontra.
Hoje é tão normal a aceitação de que para a mulher conquistar seu lugar no mundo do trabalho, ela deve confiar seus filhos ainda muito pequenos, para instituições onde quem cuida das crianças são pessoas desconhecidas do vínculo familiar dos pequenos. Isto na ótica da criança é doloroso e de difícil adaptação, por mais que se diga o contrário. O pai e a mãe que não percebe que neste estilo de vida familiar há algo que não está ordenado, terá dificuldades de fazer a “travessia” quando o Senhor chamar para a eternidade.
Os estudantes da ciência psicológica até os meados da primeira década do ano 2000, aprendiam nas universidades, que uma criança para estar preparada para se afastar do ambiente familiar teria que estar com a idade próxima de 7 anos, pois é a idade onde os dentes de leite são substituídos pelos dentes permanentes, significando que a criança também terá uma maior capacidade psicológica de “mastigar e digerir” as informações que são passadas para ela. Também é em torno da idade de 7 anos é que a criança tem maior capacidade de se defender e de se expressar quando se sente ameaçada.
Apesar que para a sociedade moderna, entregar uma criança tão pequena aos cuidados de instituições infantis pareça ser algo normal, isto está longe de ser o ideal para a criança.
A tão conhecida médica pediatra australiana Dra. Evelyn Billings costumava dizer: “ É um dos grandes crimes promulgados na sociedade de hoje, que os bebês sejam cuidados em creches. Para os bebês cujos gritos são atendidos por um desconhecido, não podem demonstrar o que sentem, apenas sofrem em silêncio e cedem a decisão dos outros. A casa do bebê é o seu lugar de direito, e sua mãe é a companhia desejável” ; ensinava a Dra. Evelyn.
Crianças na creche e pais no asilo são duas faces da mesma moeda. Enquanto os pais deixam seus filhos pequenos na creche para investir na carreira profissional, esses filhos quando se tornam adultos deixam seus pais em asilos, para também estarem livres para investir em suas carreiras. Quando Jesus pergunta: “quando vier o Filho do homem encontrará fé sobre a terra? (Lc. 18, 1-8), podemos também nos perguntar: quando vier o Filho do Homem encontrará amor sobre a terra?.
Cleonice M. Kamer
1 https://www.estadao.com.br/brasil/criancas-de-3-anos-fogem-de-creche-em-santa-catarina-nprm/
2 Dra. Evelyn Billings – A Família Como Berço da Educação. Family Association Australiana. 6ª Conferência Anual em Melbourne em julho de 1990.