A bem-aventurada Virgem, assim como é Mãe do amor e da esperança, também é Mãe da fé. “Eu sou a Mãe do belo amor, do temor e do conhecimento e da santa esperança” (Eclo 24, 24). O dano que Eva com sua incredulidade causou, Maria o reparou com sua fé. Palavra essa que Tertuliano confirma, dizendo: “Eva deu crédito à serpente, em oposição à palavra de Deus, e com isso trouxe a morte; nossa Rainha, ao invés, crendo na palavra do anjo, segundo a qual devia ser Mãe do Senhor e permanecer virgem, gerou ao mundo a salvação.”
De acordo com isso está a seguinte sentença, atribuída a Santo Agostinho: “Dando Maria seu consentimento à Encarnação do Verbo, abriu aos homens o paraíso por sua fé.”
“É bem-aventurada tu, que creste, porque se cumprirão as coisas que da parte do Senhor te foram ditas”(Lc 1,45).
Maria via o Filho na manjedoura de Belém e cria-o Criador do mundo. Via-o fugir de Herodes, sem entretanto deixar de crer que era Ele o verdadeiro Rei dos reis. Pobre e necessitado de alimento o viu, mas reconheceu seu domínio sobre o universo. Viu-o reclinado no feno e confessou-o onipotente. Observou que ele não falava e venerou-lhe a infinita sabedoria.
Ouviu-o chorar e o bendisse como as delícias do Paraíso. Viu finalmente como morria vilipendiado na cruz, e, embora outros vacilassem, conservou-se firme, crendo sempre que ele era Deus. “Junto à cruz estava a Mãe de Jesus” (Jo 19, 25).
“Virgem da luz para todos os fiéis”, é título que lhe dá São Metódio, justamente por causa dessa sua inabalável e grande fé.
Ó Maria, amadíssima Mãe de Deus e nossa, concebida sem pecado, colocai o Menino em nosso coração para torná-lo fogo ardente da fé, do amor e da esperança.
Parte dos escritos de Santo Afonso de Ligório.