O consagrado de uma Nova Fundação, aquele que tem uma vocação definitiva tem que ser capaz de realizar o que lhe é pedido, viver a obediência, ter a Deus como primado do Absoluto, dar respostas fiéis em cada dia e não se deixar aliciar, não usar de justificativas para se corromper.

Como está na Palavra: “Eles não são do mundo, como também eu não sou” (cf. Jo 17, 14). A consagração da vida a Deus é um chamado à santidade, à radicalidade do Evangelho num Carisma particular. Nesta vivência não se pode ceder as influências que há no mundo, onde habita a imoralidade e os valores são totalmente corrompidos. Se cedermos a esse jeito de ser, o jeito do mundo e os pensamentos do mundo podem ir nos dominando sutilmente, seremos semelhantes ao mundo e deixaremos de cumprir o propósito para o qual Deus nos chamou. “Não devemos ser como camaleão que assume as cores daquilo que o cerca.”

Muitas vezes o consagrado terá o desafio na sua família (com o sangue), diante daquilo que os familiares falam, as propostas e os argumentos que confrontam com os compromissos e as vivências já determinadas, já marcadas na Comunidade. É preciso entender que a nossa vida não pertence mais a nós, e a conduta de vida é completamente diferente das pessoas que estão no mundo e não pertencem ao Carisma. Quem vai definir, quem vai nos direcionar não será mais nós mesmos, mas a Comunidade, através de uma mediação humana.

Precisamos nos atentar que o afeto, o sentimentalismo podem nos corromper e muitas vezes acabamos nos revoltando diante de uma decisão do formador, da autoridade e também com Deus, porque “Ele não me deixou ir”, “a Comunidade não me deixa fazer”. É um caminho de ordem, e o discernimento e a visão das autoridades vai além do que eu penso, do que eu gosto. Nos esquecemos de que fomos nós que damos o sim à Comunidade, e “a Comunidade não é para mim”, mas “eu sou para a Comunidade”, um consagrado com o coração disponível para fazer essa passagem do egoísmo para o amor, que se deixa formar para permanecer.