Um cristão não é chamado a um carisma para viver uma satisfação pessoal, mas, para realizar o plano de Deus. E que plano!
Todo vocacionado deve observar como o fundador vive os conselhos evangélicos – sua pobreza, sua castidade, sua obediência. A vocação amadurece à medida que recebe espiritualmente as experiências pessoais do fundador, conforme o fundador vai vivendo e transmitindo para a comunidade.
A vontade de um autêntico e sério fundador é que cada membro da comunidade viva o que Deus pensou, este também deve ser o único querer dentro da comunidade: “fazer o que Deus pensou para mim!” , não fomos chamados para assumir um posto, receber honras, reconhecimentos e aplausos, mas simplesmente para cumprir a vontade de Deus. Eis o grande plano do Senhor a nosso respeito.
Através da seriedade e autenticidade da vida carismática do fundador, Deus vai direcionado cada vocação a plena realização de seu plano de amor no carisma e na Igreja. Lembremos que Deus não tem um “planinho” para nós, Deus tem, sim, um plano para sua igreja, para nosso carisma e neste plano cada vocacionado é um importante instrumento.
Alguns consagrados leigos e solteiros não realizam seu estado de vida no matrimônio, é fato que esta realização é importante, porém, dentro de uma vocação, de um carisma, mesmo não se casando e sendo feita para o casamento a pessoa pode encontrar plena realização de sua vocação.
Pertencendo a um carisma, mesmos não se casando e desejando casar-se, a pessoa pode ser fecunda, disponível, alegre, exercendo seu chamado a maternidade como mãe e pai das almas, realizando a complementaridade através da vivência comunitária e usufruindo de todos os bens que uma família humana oferece. É fato que todo o cristão em qualquer lugar pode realizar-se assim, mas é bem mais simples sublimar um estado de vida não consumando quando se pertence a um carisma.
Olhemos para nossos autênticos fundadores, quantas renúncias, quantas mortes, angústias, tormentos para realizar a obra de Deus, não devemos almejar que conosco seja diferente, fomos chamados a dar a vida, precisamos tomar decisões definitivas, decisão de servir, de amar e de abandonar nossa autonomia. O projeto de Deus na sua Igreja é muito mais do que podemos imaginar, nossos atos atingem toda a Igreja, portanto, meus projetos comunitários, minha obediência na vida comunitária é para que a Igreja posse ser verdadeiramente a noiva de Cristo.
Diante disso concluímos que Deus não nos chamou para nossa satisfação pessoal, nem para realizarmos sonhos pessoais, o Senhor nos chamou para muito mais que isso, seu plano de amor a nosso respeito é muito maior: é pela Igreja e pela salvação das almas. Não pertencemos a um carisma para nossa satisfação pessoal, mas para realizar a vontade de Deus, que é soberana. Somos instrumentos do Céu, lá, somente lá receberemos nossa recompensa (cf. Mt 6,6).