Os pais de filhos adolescentes e jovens sabem como é um desafio da nossa missão: ensinar o amor a castidade. Primeiro, porque temos que acreditar que eles são capazes de exercer esta virtude no mundo de hoje. Como mãe, acredito que nossos filhos podem viver esta realidade. O Senhor tem inclinado o meu coração para falar para eles sobre o significado que tem o nosso corpo, para nós que somos cristãos.
Quando falamos do que acreditamos, olhando nos olhos daqueles que amamos, o verbo vai se tornando vida. Os jovens compreendem, quando explicamos para eles, que a partir do Batismo, nós vivemos a pertença a Cristo de tal modo, que se vive a realidade que está escrita; no livro do Cântico dos Cânticos, quando diz: “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu” (Can 6,3). Esta revelação proclamada com autoridade de pais, ajudam os filhos a descobrirem o quanto o corpo deles é sagrado, e prepara eles para viverem no futuro, a fidelidade ao matrimônio.
Bem no início da vida pública de Jesus, Ele tomou a iniciativa de falar sobre o adultério, falar sobre a situação do adultério, foi uma das prioridades da missão de Jesus, pois esta situação está ligada ao destino eterno da alma humana.
Se buscarmos no dicionário, vamos encontrar, que a palavra adulterar é tudo aquilo que sofreu processo de falsificação, de alteração. O adultério foi o verbo escolhido por Jesus para definir o modo de vida, que contradiz o matrimônio.
Na história da vida de São Bento, tem um episódio que de certo modo representa a dinâmica espiritual do adultério. Certa vez um rei, de espírito traiçoeiro duvidou de que São Bento possuía o dom da profecia. Então, o Rei vestiu um de seus servidores, com as vestes reais, com o manto, com a coroa, e mandou o servo, acompanhado de uma comitiva para encontrar-se com São Bento. Antes mesmo de se aproximar do santo, o servo disfarçado de rei, escutou a ordem: “Filho, deixa tudo o que não te pertence”.
É este, o mesmo convite eterno que Jesus faz aqueles que vivem a realidade do adultério em suas vidas.
Cleonice M. Kamer