Na encarnação do Verbo divino podemos dizer que a divindade tomou posse da humanidade. Nós, chamados a uma consagração de vida dentro de um carisma de fundação, caminhamos com o mistério e somos chamados a nos lançar no desafio do crescimento; é preciso crescer e amadurecer como Cristo, em estatura, sabedoria e graça. Se a resposta do homem for: “Non serviam!” – em latim ‘eu não servirei’, a divindade também não tomará seu espaço, pois a humanidade estará fechada. Para que a graça penetre é preciso abrir-se acolhendo as fragilidades, os sofrimentos e a exigências da consagração de vida.
O desafio do crescimento
Crescer dói! A dor empaca, porém a luz que vai, através da dor, quebrando as trevas obriga o homem a tomar uma decisão. Alguns decidem permanecer, enfrentar, custe o que custar, outros desistem e saem tristes (Mt 19,22). A dor do crescimento significa que precisamos dar respostas novas, positivas ou altamente positivas, a vocação exige um sim diário, comprometido e muitas vezes contrariado, devo dizer sim, todos os dias, para a missão, para os irmãos, para o carisma, para Deus.
Quem sou eu?
Todos devemos retornar ao primeiro amor – não é retroceder, trata-se de voltar para encontrar a identidade perdida, aquele verdadeiro homem, aquela verdadeira mulher conforme Deus criou. Nos momentos de tentação costumo perguntar para mim mesma: Quem eu sou? É Deus quem me responde: ‘Você é um carisma!’ Deus sabe quem sou, eu é que esqueço e preciso me convencer da verdade a partir da resposta que vem do Senhor. ‘Você é um carisma’, sim, eu sou um carisma, um traço da beleza de Cristo.
É imprescindível saber quem somos, a partir do momento que sabemos quem somos, implicitamente saberemos também como é grande nossa responsabilidade diante de Deus e dos irmãos. Sei também que sou um ser humano ferido, tenho feridas a tratar, mas, quero crescer, quero amadurecer e corresponder ao meu chamado, não é mais tempo de infantilidade, de quedas graves de auto piedade, afinal de contas, é hora de crescer e de receber alimento sólido. (1 Cor 3,1-2).