Quando Deus nos chama a consagração de vida, nos chama também para a vida comunitária. Para vivermos juntos se faz necessário um lugar, um lugar real e concreto, este lugar é a Comunidade, onde poderemos viver a pobreza a obediência e a castidade. Como se dará isso?
A vivência da castidade
Para viver bem a castidade e crescer na liberdade dos relacionamentos precisamos dos irmãos, é o outro que me dará o auxilio necessário e a ajuda que preciso para ver o mal e o bem que existe em mim. Sim, o outro provoca o mal e o bem que já está em mim escondido ou mascarado; a raiva, por exemplo, não é um bem, pode me dominar, escravizar e ferir profundamente.
Não somente os irmãos, mas toda a vida comunitária deverá me provocar que venha a luz as minhas escuridões, medos, egoísmos, idolatrias, etc. estas provocações naturais dos relacionamentos, quando acolhidas, tratas e assumidas provocam grandes libertações em nossa identidade profunda. Cada dia na vida comunitária é um dia de cura interior.
Ser pobre
Quando entramos nos serviços de evangelização, muitas vezes somos e nos sentimos incapazes, passamos por humilhações e dificuldades, precisamos gastar tempo estudando, aprendendo ou desaprendendo, se necessário; além disso, os deslocamento e as escalas provocam nossa soberba e nos levam a verdadeira pobreza. Por exemplo, quando estou em uma escala de missão que não gosto e que exige muito de mim, estas exigências provocam o desapego de mim mesmo, é, exatamente desta forma que devemos viver a pobreza.
Pobreza não é ser miserável fazendo o que quero e como bem entendo; ser pobre é perder a autonomia e depender da vontade de outro, ou do Outro que é nosso Deus.
Ser obediente
Para ser pobre e casto é preciso ser obediente. No inferno é possível encontrar todas as virtudes, menos a humildade. E no céu é possível encontrar todos os defeitos, menos o orgulho. Para bem viver a consagração de vida é essencial a virtude da obediência que por sua vez exige humildade e submissão.
Toda a vida comunitária é uma provocação constante que forma o consagrado para que se torne um homem de Deus, santo, forte e virtuoso para servir ao Senhor com perseverança, coragem e abandono. Até o fim.