A castidade na vida consagrada passa por um processo de purificação que vai do voto até a virtude. O que é um voto? É uma promessa. O que é uma virtude? É um dom de Deus, que, no caso da castidade, é dado a todo aquele que busca a pureza do coração.
O coração é a sede da personalidade moral: “Do coração procedem as más intenções, os assassínios, os adultérios, as prostituições” (Mt 15, 19). A luta contra a concupiscência carnal passa pela purificação do coração e pela prática da temperança:
“Mantém-te na simplicidade, na inocência, e serás como as criancinhas que ignoram o mal, destruidor da vida dos homens”
Para que alguém diga que é casto ou puro de coração, é necessário levar em consideração três pontos essências da vida humana: a caridade, a castidade ou retidão sexual e o amor à verdade e a ortodoxia da fé. Os “puros de coração” são os que puseram a inteligência e a vontade de acordo com as exigências da santidade de Deus.
A caridade: Sem caridade não há pureza, não há castidade. Ter caridade é amar a Deus e ao próximo como Jesus amou. (2 Tm 2,22). Além disso, a caridade exige o afastamento de tudo que torna profano o que Deus criou e amou (1Tm 4,3-9), um coração caridoso busca viver bem com todos e torna tudo santificado através da Palavra da Deus e da oração.
A castidade ou retidão sexual: Deus chamou o homem para a santidade e não para a impureza (1 Ts 4,7). Criou-o para uma vida na graça, é capaz de mortificar-se e recusar livremente o pecado, por amor a Deus e a si mesmo (Cl 3,5-6). Para manter a castidade o homem é chamado a afastar-se do mal e daqueles que amam o pecado, pois dificilmente se pode sair limpo do meio do lodo (Ef 4,17-19).
O amor à verdade e a ortodoxia da fé: A Palavra de Deus é clara, quando a pessoa não preserva a pureza de coração e a retidão sexual não consegue também ser puro na busca da verdade e na retidão da doutrina.
“Para os puros todas as coisas são puras, para os corruptos e indolentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidas”. (Tt 1,15).
Somente pode ser fiel na doutrina, na pregação da Verdade e na Palavra de Deus aquele que é fiel também na castidade (1 Tm 1,3-6, além disso, como poderá alguém corrigir, exortar e encaminhar o irmão para o caminho da verdade se ele mesmo vive um contra testemunho da verdade? (2 Tm 2,23-26) Por isso, a castidade é essencial na vida de um consagrado, sem castidade, sem pureza de coração a consagração é falsa e medíocre.
Aos “puros de coração” é prometido que verão a Deus face a face e serão semelhantes a Ele (1 Cor13, 12; l Jo3. 2.). A pureza do coração é condição prévia para a visão. Já desde agora, permite-nos ver segundo Deus, aceitar o outro como um “próximo” e compreender o corpo humano, o nosso e o do próximo, como um templo do Espírito Santo, uma manifestação da beleza divina.
Fonte: Baseado nos parágrafos 2517 a 2519 do Catecismo da Igreja Católica.