Somos chamados a uma vida de santidade, de eleição, através de uma consagração de vida, num Carisma particular. Nós nascemos para ser santos como Deus é Santo: “A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós, santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (I São Pedro, 1, 15-16.)
A exemplo de São João Paulo II e São Paulo VI, que não pararam no “ser papa”, mas se tornaram santos e, no fazer a missão eram santos, Deus também nos chama à decisão de unirmos a nossa vontade à Dele, o nosso coração ao Dele por todo o sempre, nisto consiste a santidade. O desejo da intimidade, da amizade com Deus precisa se concretizar no agora e nas ações pequenas do dia a dia. Qualquer fazer, atividade, conquista ou sucesso dentro da vivência da nossa vocação comparada com a busca da santidade, se torna algo insignificante.
A ruína de uma vocação se dá quando não se vive a santidade, e o contrário da santidade é ser falido, não chegar à união com Deus; essa falência tem um nome: inferno. Os que para lá vão, condenados a nunca ver a Deus face a face, frustraram de modo irreparável o único objetivo para o qual foram criados.
Estamos no mundo como peregrinos, aqui na terra devemos nos preparar, com os auxílios de Deus, para a glória do Céu, para a qual fomos feitos, para isso temos de ser santos e para ser santo é preciso unir-se a Jesus Cristo.
Nos tornamos santos através de nossas decisões firmes, de cada dia, de amá-Lo, não podemos regredir nem voltar atrás. Na prática dos conselhos evangélicos (castidade, pobreza e obediência) vão sendo forjados em nós os mesmos sentimentos de Cristo. Pela obediência, unimos a nossa a vontade a de Cristo, de forma amorosa, porque somos seus amigos e assim vai acontecendo a santidade. A nossa obediência deve ser como a de Cristo, que nasce do amor e se dirige ao amor, que em todos os momentos é sustentada e impulsionada pelo amor.
Santa Terezinha na prática de sua pequena via nos ensina: “Não tenho outro meio para provar-te meu amor senão jogando flores, isto é, não deixando escapar nenhum sacrificiozinho, nenhum olhar, nenhuma palavra, aproveitando de todas as pequenas coisas e fazendo-as por amor” (Manuscrito B, 4r-4v)
Vale ressaltar que, como consequência do pecado original, todos temos dentro de nós uma semente de rebeldia e de arrogância. Há um ataque geral contra tudo que envolva autoridade, primeiro contra a de Deus e da Igreja. Esta rebelião sempre aconteceu, o “non Serviam” pronunciado por Satanás e os anjos caídos, e sempre haverá esse risco, enquanto o mundo durar.
Muitos estão em obediência mais por necessidade que por amor, facilmente há murmuração e nunca terão liberdade de ânimo enquanto não se submeterem a Deus de todo coração. Por mais que ande de uma parte para outra, não achará descanso senão na humilde submissão a um superior. A imaginação de que mudando de lugar se melhora a muitos tem enganado. (Cap. 9 – Imitação de Cristo)
O Senhor espera de nós consagrados, o testemunho de Jesus, mostrando aos homens e mulheres ao nosso redor as maravilhas de uma conduta cristã autêntica, na qual a obediência brilha como uma joia esplêndida. Submissão, por Deus, à legítima autoridade.