A liturgia, pela força do Espírito Santo, renova as palavras de Jesus para nós, neste tempo: “desejei ardentemente celebrar esta Páscoa convosco” (Lc 22, 15). E naquele dia, do Seu desejo ardente, Ele toma duas atitudes, a primeira fez com que os seus apóstolos se sentassem, colocou um avental, pegou uma bacia e uma toalha e se agachou aos pés de cada apóstolo.
Muitas vezes, nós somos levados a ver este gesto que Jesus faz com ar de superioridade, como se fôssemos um deus. Mas Jesus não quis se prevalecer de sua origem divina, fez-se servo, um escravo. Esvazia-se de Si mesmo para encher-nos. Ele se agacha diante dos pés dos seus apóstolos , que ficaram sem saber o que dizer, porque este era o trabalho do mais humilde dos servos, do escravo que lavava os pés dos seus patrões.
Quando chega o momento de São Pedro, o mais humano dos apóstolos, não queria que Jesus lavasse seus pés. Será que Pedro tinha o entendimento do que estava acontecendo ou estava pensando mais no seus pés? Sentiu vergonha, tanto que ele esconde os pés, mas Jesus disse para ele e diz para nós: “se você não colocar o teu pé nas minhas mãos para que eu lave, tu não terás parte comigo”. O que Jesus está dizendo é que se nós não colocarmos tudo aquilo que é podre dentro de nós, nas mãos Dele, não poderemos saber do seu amor para conosco.