O caminho espiritual é um caminho de cura e de crescimento através do qual a pessoa sai da massa anônima que escraviza e oprime e finalmente inicia um caminho de interioridade que a levará a reencontrar sua verdade, assim o caminho de formação pessoal se torna um caminho de liberdade e libertação. A formação é esse direcionamento espiritual, lembrando que a pessoa pode tomar diversos caminhos, porém existe uma única direção que é aquela que Deus projetou para ela desde toda a eternidade, a formação pessoal existe para que se descubra este caminho único que Deus predestinou para cada um, neste caminho existem etapas, é preciso fazer com que a pessoa viva plenamente as primeiras etapas, para depois viver com plenitude cada uma das outras que virão. Há confessores que pela manhã tomam uma palavra e em todas as confissões dizem sempre a mesma coisa e permanecem a mesma ideia, não devemos esquecer que o caminho de Deus para cada um é particular.
A direção espiritual é conduzir a pessoa a descobrir as raízes das perturbações, que a impedem de caminhar para Deus, trata-se de um trabalho de atitude e comportamento que levam para Deus.
O diálogo entre o formador e o vocacionado é para que o formador levante os problemas presentes no vocacionado, certamente os problemas da pessoa virão continuamente à tona, porém, para a verdadeira formação pessoal há um detalhe muito importante, quem conduz é o Espírito Santo, é preciso perceber que a libertação vem do próprio Deus, é Cristo que está no vértice de toda a formação.
O conceito da formação pessoal abrange toda a vida, esta vida deve progressivamente caminhar para Cristo. O formador é um pai (mãe), que gera para Cristo, participa da paternidade de Deus e assume em si mesmo a incapacidade do dirigido. O formador mais do que um homem de ciência é um homem espiritual, é aquele que coloca em ação o discernimento espiritual para compreender o que Deus quer naquela vocação, é o homem da caridade, do amor. O pai espiritual deve permitir que o Espírito Santo intervenha na vida do vocacionado, o vocacionado deve ter ‘necessidade’ do pai espiritual e se direcionar a ele com confiança para partilhar tudo: conquistas, crescimentos, descobertas, sentimentos afetivos, fracassos, memórias, tudo o que envolve o humano e o espiritual.
