Venha o que vier, aconteça o que acontecer quando Deus faz uma aliança conosco esta aliança é eterna, já não podemos mais nos separar de Deus, nos divorciar daquele que nos chamou a amá-Lo, servi-Lo e dar nossa vida a Ele.
Infelizmente percebemos que alguns vocacionados de nossas fundações assumem uma consagração de vida que normalmente é por um ano e vivem esta consagração com leviandade, e com ações e palavras dizem: “vamos ver se renovo no próximo ano” ou “se renovar tudo bem, se não tudo bem também….” , e assim quando nos damos conta aquela pessoa já não está mais junto, ontem era um consagrado fervoroso, pregava, orava, falava de Jesus, hoje, está fora, voltou a para a família, para o mundo do trabalho e já não tem mais tempo para Deus. Constatamos consternados que pouquíssimos viverão sequer os mandamentos e os sacramentos depois de levianamente deixarem sua consagração; é lamentável, é doloroso; aquele irmão já não é mais um consagrado, mesmo que tenha colocado um sinal, mesmo que tenha feito um compromisso diante da assembleia, mesmo assim, o seu ser, a suas motivações, seu interior, corpo, alma, intelecto e vontade nada disso pertence mais a Deus.
Quando um consagrado se deixa mover por seus desejos e por sua autonomia as frases que normalmente ouvimos são: “se der certo eu fico, mas faço do meu jeito”; percebe-se que, neste caso, o objeto de riqueza desta pessoa é ele mesmo e aquilo que ele pode possuir e não o que ele pode oferecer, pois bem, com estas atitudes chega-se ao ápice do desastre, da destruição da aliança com Deus. Quantos encaram a consagração como uma turnê, um curso, conhecer doutrina… Que lástima. É preciso também compreender que conhecer as verdades reveladas, ter experiência do amor de Deus é graça dada e oferecida por Deus, mas não priva ninguém de tomar decisões bem decididas e reconhecer os pecados e as motivação deformadas.
“Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem. Porque é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez.” (Mc 7,20-22)
Abrir-se ao discernimento
É aquilo que está dentro do homem que corrompe o homem. Os sentimentos, pensamentos, angustias, rebeldias, contestações precisam vir à luz.
Na dimensão comunitária é preciso trazer para a formação pessoal o que está dentro de nós, é necessário dar nome para aquilo que está me possuindo e me desequilibrando. Os instrumentos legítimos de partilha e discernimento dentro dos carismas são: A pessoa do fundador, formador pessoal ou acompanhador responsável, irmãos devidamente designados e investidos de autoridade pelo próprio fundador e seu conselho. O acompanhamento e a partilha justa são necessários para que não se corrompa a vocação e o mal não tenha domínio sobre o vocacionado. Precisamos de ‘um outro’ que não seja nós mesmos e que seja humano, alguém investido de autoridade pelo meu carisma, este outro não pode ser qualquer pessoa.