Nossa investidura é o Carisma, dele temos que nos vestir, é o sinal no nosso ser, é ele que nos identifica, para que todo aquele que se encontra conosco possa crê e retornar ao Senhor e viver como filho e filha de Deus.
O nosso carisma, a nossa vocação, esta graça que nos foi dada não é coisa sem importância. Porém, bate muitas vezes na porta do nosso coração o descaso, o acostumar com a graça, os medos de nos envolvermos demais. Então podemos nos questionar: “Até quando queremos permanecer no carisma? Até quando surgirem os problemas pessoais, as dificuldades, as tentações que temos de lutar?”
Vivemos uma tensão da nossa humanidade ferida e as propostas de diabolização. Mas pela fé retornamos à lucidez, a Luz de Deus tão necessária para o nosso caminho. Então posso responder: “Se Deus está comigo até onde não posso ir?” Só a fé me dá lucidez do que eu tenho e não tenho de fazer. Se for muito o sofrimento, a dor; se for muito a confusão mental e as situações emocionais, não olhemos com os nossos olhos, mas com os olhos da Igreja que continua crendo por nós. Olhar com os olhos da Igreja é retornar à sanidade de existir, porque nosso corpo é uma missão para um projeto pessoal e comunitário para a Igreja e para o mundo. Não é coisa sem importância e não podemos fugir do nosso destino. Quantos já fugiram do seu destino na nossa comunidade? O nosso destino não é a morte, o nosso destino é Ele, é viver no Céu com Ele. É voltar a existir no Céu com Ele, novos céus e nova terra, onde não haverá lágrimas, nem sofrimento, nem frio e nem fome, onde tudo será saciado.
Essa tenção que tanto vivemos é porque procuramos a nossa satisfação. A nossa humanidade quer ser satisfeita em seus desejos e em suas paixões: se não é bom para mim enquanto sentimento, enquanto afeto, se não é gostoso para mim enquanto o intelectual, se não é prazeroso para mim enquanto o corpo, o que é que eu estou fazendo na comunidade ainda? Nós não podemos fugir da nossa vocação e das respostas que Deus espera de nós dentro dela, se nós fugimos, deixamos de ser quem somos, e se deixarmos de ser quem somos já não existimos mais diante de Deus. Mesmo que pareça muito duro, é preciso chegar no “eu quero” o que Deus quer.