“Aquele que crê em Mim de seu interior emanarão rios de água-viva.” (João 7,38) Certa vez, escutei uma profecia que jamais esqueci e que, até hoje, me leva a fazer uma avaliação da minha própria missão de evangelizar. Dizia o seguinte: “Um povo imensamente sedento aproximava-se de vasos de barro em busca de água para matar sua sede. Os vasos, porém, estavam secos e o povo então os quebrava e tentava saciar sua sede devorando os cacos que restavam. Suas bocas sangravam e as feridas, profundas e contaminadas, levavam-nos à morte”.
Sair na missão de anunciar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo sem estar transbordante de seu Santo Espírito é o mesmo que oferecer os cacos cortantes e infectados, de nossas ideologias, sentimentalismos e tantos outros modernismos.
A verdadeira e fecunda evangelização é abastecida diariamente em nossas próprias ações e decisões, no convívio íntimo com Deus pela oração, na busca da retidão de vida sobre os mandamentos e nos generosos serviços oferecidos ao próximo mais próximo (que, aliás, é o mais difícil). A preparação constante e diária é essencial para então sairmos na missão de anunciar Aquele que está e vive em nós.
Quando Pedro e João foram ao templo para rezar, depararam-se com um coxo que lhes pedia uma esmola. Pedro fitou nele os olhos, como também João, e lhe disse: “Olha para nós”. Ele olhou, com atenção, esperando receber deles alguma coisa, e Pedro disse: “não tenho ouro nem prata, mas o que eu tenho em meu coração eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. O coxo, de um salto, pôs-se de pé e andava. (cf. Atos dos Apóstolos 3,1ss)
Ao nosso redor, quantos estão mendigando o Amor de Deus, que lhes restitui a dignidade de seres humanos, filhos de Deus e, muitas vezes, o que lhes oferecemos são venenosos alimentos de nossa soberba, autossuficiência e autonomia.
É preciso, para anunciar a Boa Nova da Salvação: Ver Jesus com a clareza do Espírito Santo. Amar Jesus com a certeza da Fé. Seguir Jesus com a firmeza da Fidelidade.