«Poder-se-á rejeitar Cristo e tudo aquilo que Ele introduziu na história do homem? Certamente que sim; o homem é livre: ele pode dizer não, a Deus. O homem pode dizer não, a Cristo. Mas permanece a pergunta fundamental: é lícito fazê-lo? É lícito, em nome de quê?».
A fé exige a livre adesão do homem, mas tem de ser anunciada, já que « toda a humanidade têm o direito de conhecer as riquezas do mistério de Cristo, nas quais toda a humanidade pode encontrar, numa plenitude inimaginável, tudo aquilo que procura, às apalpadelas, a respeito de Deus, do homem, do seu destino, da vida e da morte, da verdade (… )
Dizemos com S. Paulo: «eu não me envergonho do Evangelho, o qual é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê» (Rm 1, 16). Os mártires cristãos de todos os tempos — também do nosso — deram e continuam a dar a vida para testemunhar aos homens esta fé, convencidos de que cada homem necessita de Jesus Cristo, o Qual, destruindo o pecado e a morte, reconciliou os homens com Deus, confirmando as suas palavras com milagres e sobretudo com a ressurreição.
A Igreja oferece aos homens o Evangelho, documento profético, capaz de corresponder às exigências e aspirações do coração humano: é e será sempre a «Boa Nova».
Por que a missão? respondemos, com a fé e a experiência da Igreja, que abrir-se ao amor de Cristo é a verdadeira libertação. N’Ele, e só n’Ele, somos libertos de toda a alienação e extravio, da escravidão ao poder do pecado e da morte. Cristo é verdadeiramente «a nossa paz» (Ef 2,14), e « o amor de Cristo nos impele (2 Cor 5, 14), dando sentido e alegria à nossa vida. A missão é uma questão de fé, é a medida exata da nossa fé em Cristo e no Seu amor por nós.
O homem contemporâneo acredita mais nas testemunhas do que nos mestres, [69] mais na experiência do que na doutrina, mais na vida e nos fatos do que nas teorias. O testemunho da vida cristã é a primeira e insubstituível forma de missão: Cristo, cuja missão nós continuamos, é a «testemunha» por excelência (Ap 1, 5; 3, 14) e o modelo do testemunho cristão.
A fé nasce do anúncio. “Como crerão se não houver quem pregue ?”
Todo o batizado tem a graça e o dever de anunciar o Evangelho de Cristo a todos que lhe rodeiam. «Rezai também por mim, nos diz São Paulo, para que, quando abrir a boca, me seja dado anunciar corajosamente o Mistério do Evangelho, do qual, mesmo com as algemas, sou embaixador, e para que tenha a audácia de falar dele como convém» (Ef 6, 19-20).