Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acab e do seu filho Acazias. O nome Elias, que significa “o Senhor é meu Deus”, fala da convicção inabalável que destacou esse profeta (1Rs 18). A vida dele girou em torno do conflito entre a religião do Senhor e a religião de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à fidelidade ao Deus de Israel. Elias era pois um restaurador e um reformador, empenhado em restabelecer o concerto entre Deus e Israel.
Acab acreditava que Baal era o responsável por enviar a chuva e trazer plantações que alimentassem toda a nação. Se isso era verdade, então Israel realmente não precisava do Senhor. Mas Deus estava naquele momento usando Elias para dizer ao rei que o Deus de Israel faria com que a nação passasse por privações por causa de sua idolatria. E a estiagem duraria pelo menos três anos, tempo suficiente para amolecer o coração do povo e mostrar-lhe que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó era o Deus que abençoava o povo com suas dádivas.
O profeta pede a Acab que reúna todo Israel e os profetas de Baal no monte Carmelo. O rei concorda, e então Elias lança seu desafio:“Eu sou o único profeta do Senhor que resta, ao passo que os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta. Que nos deem dois novilhos. Eles escolham um novilho e, depois de cortá-lo em pedaços, o coloquem sobre a lenha, sem pôr fogo por baixo. Eu prepararei depois o outro novilho e o colocarei sobre a lenha, e tampouco lhe porei fogo. Em seguida, invocareis o nome de vosso deus e eu invocarei o nome do Senhor. O deus que ouvir, enviando fogo, este é o Deus verdadeiro”. A proposta foi colocada para que todos possam reconhecer quem é o verdadeiro Deus, já que o pecado do povo não consistia em ter esquecido completamente o Senhor, mas em colocá-lo junto a outro deus.
As invocações dos numerosos profetas de Baal se prolongam por várias horas, porém não conseguem nada. Ao contrário, a oração de Elias encontra uma resposta imediata: cai fogo do céu que consome o novilho, a lenha e inclusive a água que o profeta havia mandado derramar em abundância sobre a vítima do sacrifício. Diante da evidência, o povo exclama unânime, com o rosto por terra: É o Senhor que é Deus! O culto a Baal, deus da chuva, havia se revelado falso e a existência de outros deuses além de Javé fica descartada.
Explicava Bento XVI:“somente assim Deus é reconhecido por aquilo que é, Absoluto e Transcendente, sem a possibilidade de lhe pôr ao lado outros deuses, que O negariam como Absoluto, tornando-o relativo. Esta é a fé que faz de Israel o povo de Deus; trata-se da fé proclamada no conhecido texto do Shemá Israel: ‘Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, toda a tua alma e todas as tuas forças’ (Dt 6, 4-5)”.
Porém no momento em que se poderia considerar o maior triunfo de Elias, sua história sofre uma reviravolta inesperada: a esposa do rei, indignada pelo que ele fez, propõe-se executá-lo. Diante da ameaça, Elias tem medo e foge, fugindo deserto adentro. Elias se tornou conhecido em todo o reino, e foi procurado por Jezabel em diversos lugares. A obediência de Elias o preservou em segurança das mãos de Jezabel nos anos de seca, e o preparou para os próximos desafios que iria enfrentar para que o povo retornasse aos caminhos do Senhor.
Vamos nos deter um pouco sobre o ministério de Eliseu como sucessor de Elias, ele foi repleto de milagres. Na Bíblia, apenas Jesus realizou mais milagres que Eliseu durante seu ministério. Isto mostra que realmente o ministério de Eliseu foi aprovado por Deus. Ele foi profeta em Israel por cerca de 50 anos!
Eliseu soube ser um verdadeiro servo de Elias, e consequentemente, de Deus. Ele o amparou e o acompanhou em todos os momentos. Ele não tentou pular etapas. Ele foi primeiro discípulo, para depois ser mestre. Eliseu perseverou ao lado de Elias, e mesmo fazendo mais coisas, não fez mais que Elias porque Elias foi o profeta da adoração, e há superioridade da adoração em relação ao fazer. No Monte da Transfiguração estava Elias junto a Jesus e não Eliseu, e logo depois ele some porque o perfeito Elias , o profeta, o adorador é Jesus Cristo, o Novo Testamento, a perfeita Lei está em Jesus e não em Moisés.