O Tempo do Natal estende-se desde as primeiras Vésperas da Solenidade do Natal do Senhor até a Solenidade do Batismo do Senhor (domingo após a Epifania).
Os oito dias que sucedem ao Natal são celebrados como se fossem um único dia: é a Oitava de Natal.
Para você conhecer:
O que é uma oitava?
Oitava tem dois sentidos no uso litúrgico cristão. No primeiro, é o oitavo dia após uma festa, inclusivamente, de forma que o dia sempre caia no mesmo dia da semana que a festa original. A palavra é derivada do latim octava (oitavo), com “dies” subentendido. O termo é também aplicado para todo o período de oito dias, durante o qual as ditas festas passam a ser observadas.
São Leão Magno, do século V, afirma que, com o nascimento de Jesus, “brilhou para nós o dia da nossa redenção”. Em Jesus Deus se aproximou do mundo, desposou a nossa humanidade, por isso, o mesmo Leão Magno refere-se às festas do natal como ao dia das nossas núpcias, em que se realizou o admirável intercâmbio entre o céu e a terra. Destacam-se o dia do natal com sua oitava, a epifania e o batismo do Senhor.
Como surgiram as oitavas?
A prática da celebração das oitavas pode ter tido suas origens na celebração de oito dias da Festa dos Tabernáculos e da Dedicação do Templo do Antigo Testamento. Porém, o número “oito” também pode ser uma referência à ressurreição, que na igreja antiga era geralmente chamada de “oitavo dia”.
Por esta razão, antigas fontes batismais e tumbas cristãs tinham a forma de octógonos. A prática das oitavas foi introduzida pela primeira vez por Constantino I, por conta da festa de dedicação das basílicas de Jerusalém e Tiro, que duraram oito dias. Depois disso, festas litúrgicas anuais passaram a ser observadas na forma de oitavas. As primeiras foram a Páscoa, o Pentecostes e, no oriente, a Epifania. Isto ocorreu no século IV e indicava a reserva de um período para os conversos terem um alegre retiro. O Natal foi a próxima festa a receber uma oitava. Já pelo século VIII, Roma tinha desenvolvido oitavas não somente para Páscoa, Pentecostes e Natal, mas também para a Epifania e as festas de dedicação de igrejas individuais. Assim o desenvolvimento das oitavas durou séculos.
Existem celebrações durante a Oitava de Natal?
Na oitava de Natal estão incluídas importantes festas: Santo Estêvão, o Protomártir (26 de dezembro); São João, Apóstolo e Evangelista (27 de dezembro) e os Santos Inocentes (28 de dezembro). A esse respeito, explica São Bernardo que Nosso Senhor Menino quis ser circundado de mártires, pois São João é mártir de desejo, os Santos Inocentes são mártires de fato e Santo Estêvão é mártir de fato e desejo.
Quais as celebrações do tempo do Natal?
No domingo depois do Natal celebra-se a festa da Sagrada Família. A oitava de Natal encerra-se com uma Solenidade: a Solenidade de Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), colocando sob a proteção da Santíssima Virgem Maria seus filhos durante o novo ano civil que se inicia. Neste dia, em que foi posto ao Divino Menino o Santíssimo Nome de Jesus, Nossa Senhora é proclamada pela Liturgia como “Mãe de Cristo e Mãe da Igreja”, Aquela que tem “ao mesmo tempo o gozo da maternidade e a glória da virgindade”.
No dia 06 de janeiro, por um antigo costume, se celebra a Solenidade da Epifania do Senhor, quecomemora a manifestação do Salvador aos gentios, começando com a adoração dos Magos vindos do Oriente (Mt 2,1). No Brasil a Solenidade da Epifania do Senhor foi transferida para o domingo mais próximo.
A última Solenidade é a do Batismo do Senhor, em que inicia-se a missão pública do Salvador, o “Filho predileto” do Pai (Mt 3,17). Esta celebração litúrgica recorda também o primeiro milagre de Jesus Cristo em Caná, onde Ele “manifestou sua glória e seus discípulos creram nele” (Jo 2,11).
Referências:
https://afeexplicada.wordpress.com/2017/12/26/voce-sabe-a-origem-e-o-sentido-da-oitava-de-natal/
https://www.arautos.org/secoes/artigos/doutrina/espiritualidade/as-solenidades-do-tempo-do-natal-240645