“Quando sou fraco é então que sou forte”(2Cor 12,10)
O ser humano desde o pecado original traz em si a angústia dilacerante da busca em ser amado, pois foi feito por Deus e para conhecer o Amor de Deus e dar deste amor verdadeiro com que é amado aos seus irmãos.
O homem velho, este homem egoísta que existe em nós está debruçado sobre si mesmo, envolvido por seus problemas pessoais, torturado pelo vazio interior, propenso sempre a considerar-se objeto de injustiça, vítima de incompreensões, pronto a culpar os outros por sua infelicidade, por seus pecados próprios.
Acolher esta realidade é fundamental para que dentro do ser humano haja um processo de crescimento. E buscar justificativas para nossa infantilidade, egoísmos e pecados não nos levará a responsabilidade e a maturidade que Deus deseja dar-nos como filhos, com coragem e abandono nas mãos do Pai.
O Espírito Santo não resolve de forma automática os problemas, mesmo quando nos oportuniza uma cura física ou interior, exige de nós viver com responsabilidade a dádiva que de graça recebemos. Deus colocou em nós a sua fortaleza, nos capacitou para enfrentarmos os desafios próprios da vida humana. Nos cumulou de sua força que exige um esforço diário e continuo para sair de nós mesmos e deixar nossas reivindicações enfadonhas de afetos desequilibrados e interesseiros. Ele nos presenteou com a verdade da sua palavra que nos revela o único caminho a ser percorrido, o mesmo caminho de Jesus em todas as nossas situações humanas.
A responsabilidade pelas respostas dadas, diante de tudo que nos circunda é somente nossa. Mesmo quando passamos por injustiças, impedidos pelas doenças ou tantas outras realidades que nos atinge, pertence a nós uma resposta digna de quem é de Cristo.
O ser humano tem se escondido desde o princípio de sua corresponsabilidade diante de suas próprias atitudes, é verdade que fazemos o mal que não queremos em vez do bem que desejaríamos, mas o mal precisa ser reconhecido como mal e o bem como um bem diante do pensamento de Deus e não do homem. Muitas vezes se cobra de Deus o bem que fez e não se tem dimensão consciente do bem que não se fez, e que poderia ter praticado.
Tão frágeis somos nós e ao mesmo tempo um mistério maravilhoso. Olhando a vida de tantos santos me pergunto: Se a graça lhes tivesse visitado, se a Palavra de Deus lhes fosse anunciada mas em sua fraqueza eles permanecessem em suas carências, sem esforço, sem decisão de mudança de vida, sem tomar sobre si a responsabilidade de responder a Deus seriam porventura os santos que são? A graça de Deus espera a resposta do homem. Nada podemos sem Ele, mas, sabemos que Ele nos oportuniza as atitudes maduras tão necessárias para o homem de fé.
Gislaine T. Benedetti
Comunidade Oásis