Não se inicia uma comunidade sabendo quem é o fundador, isso vai sendo descoberto a partir do momento em que essa pessoa começa a reunir, a falar, a se externar, a dizer ao povo ao seu redor o que ela sente no seu coração. No início essa mesma pessoa não se designa como o fundador.
No início das Novas Comunidades não se tinha os modelos que hoje existem para ver como se vive. Tivemos a ideia de que a comunidade era como uma empresa, que tinha que ter um presidente, o gerente e os secretários, uma estrutura montada, mas não é assim que se constitui uma comunidade.
As respostas para que uma comunidade possa ir acontecendo é no dia a dia, com os questionamentos que são trazidos, com aquilo que motiva a uma reflexão, porque há um momento em que o fundador se dá conta de que é um projeto de Deus e que Ele quer algo diferente do que se está fazendo e pensando no momento, ou muito mais do que se realiza no agora. Nós precisamos acolher aquilo que nós somos, aquilo que é a nossa identidade, que tipo de pessoa eu sou? Um fundador tem que começar uma comunidade sem pretensão, é lógico que começamos com sonhos, com projetos, mas o coração daquele que inicia precisa estar nas mãos de Deus.
A inspiração, que é primeira característica do fundador, vai clareando com o passar do tempo. Muitas vezes, ao pedirmos algo para o fundador, no início da comunidade, como por exemplo, como será a formação, o fundador responde não saber de nada, ele não sabe justamente porque é uma inspiração de Deus. A função do fundador é buscar no coração de Deus todas as coisas, essa é a principal missão dele, e isso leva tempo, muita paciência, traz muito sofrimento, porque o maior sofrimento do fundador é não está fazendo a vontade de Deus, esse é um sofrimento essencial que o acompanha, ele sofre como em dores de parto, ele precisa auxiliar a nascer essa graça, mas em tudo ele precisa pedir para Deus como será.