No norte da Itália existe uma rádio católica chamada Rádio Maria, que tem como diretor o Padre Lívio. A Rádio Maria tem em sua grade de programação, um momento reservado para testemunhos de homens e mulheres que foram casados na Igreja e se divorciaram, mas vivem sozinhos, abertos para a reconciliação conjugal. Estes homens e mulheres não se envolvem em outra união após se separarem, eles confiam na força sacramental do matrimônio e decidem perdoar e restabelecer o vínculo conjugal.

Um, entre tantos testemunhos que chegaram até a Radio Maria é de um homem, pai de dois filhos, separado há 9 anos, que decidiu permanecer fiel ao sacramento do matrimônio. Ele reza todas as manhãs para Nossa Senhora da Aliança, pedindo pela conversão de sua esposa. Este homem afirma que, mesmo que sua mulher decidiu separar-se dele, ela será sua esposa por toda eternidade(1).

É um grave engano incentivar uma pessoa que foi casada a buscar um novo relacionamento com outra pessoa. O matrimônio é um território sagrado, que diz respeito aos esposos e Deus. O matrimônio, assim como os outros Sacramentos da Igreja, não é reservado uma segunda via.

Um casamento válido não pode ser apagado, assim como um batismo válido. Após a celebração do Sacramento do matrimônio, é mais fácil separar a luz do sol do que separar o vínculo espiritual que existe entre os esposos. Então, mesmo separados, eles permanecem unidos na alma e permanecem também sendo responsáveis um pelo outro para alcançarem a salvação eterna.

Quando o próprio Jesus selou o sacramento do matrimônio com as palavras: “que o homem não separe o que Deus uniu” (Mt 19,6), para um cônjuge separado isto tem efeitos importantes. Mesmo após a separação, o cônjuge católico é portador de uma benção e vocação irrevogável. A benção matrimonial envolve a força para o perdão mútuo e as graças necessárias para o restabelecimento do vínculo conjugal.

“O que Deus uniu o homem não separe” (Mt 19,6).

Cleonice Macedo Kamer

 

Notas:
(1) Louis-Marie – ” Anne, mesmo divorciada, é minha esposa por toda a eternidade! ” –  transmitido na Rádio Maria França em 19 de abril de 2017.